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Rodrigo Mattos

Ultrapassado, Morumbi fatura com sobras da Copa

rodrigomattos

30/05/2014 07h28

A diretoria do São Paulo lamenta a suspensão do projeto de modernização do Morumbi, classificado como ultrapassado. Mas, no período de preparação e realização da Copa, o clube tricolor vai conseguir faturar com seu estádio nos espaços deixados por rivais. Afinal, é a única arena de grande capacidade em São Paulo que pode ser utilizada plenamente por estar fora do Mundial.

Lembre-se: o Morumbi era a sede de São Paulo na Copa no início do projeto. Mas foi excluído pela Fifa em favor da arena corintiana. Entre outros motivos, a federação internacional exigia uma reforma que ultrapassava R$ 600 milhões para mantê-lo no evento.

Pois bem, no meio do mês, o Pacaembu, o Itaquerão e a Vila Belmiro foram entregues à Fifa. O mesmo ocorreu em outros estádio pelo país como Maracanã, Beira-Rio, Fonte Nova, entre outros. Nenhuma dessas instalações recebe dinheiro pelo uso durante a Copa. A Arena Palestra ainda não está pronta.

E o Morumbi ocupa essas lacunas. Fechou o aluguel do estádio por um mês para a Front360, que realizará shows na chamada "Casa Pelé". A princípio, não ocupa o campo e permite até treinos eventuais do time. O clube não revela o valor obtido com o aluguel.

Nesta semana, já foram realizados dois jogos de outros times no Morumbi, o Flamengo enfrentou o Santos e o Figueirense no estádio. O aluguel é entre 12% e 15% da renda. No domingo, deu apenas R$ 15 mil. Na quinta-feira, a presença de público da torcida rubro-negra foi levemente maior, o que deve render um aluguel um pouco superior.

O São Paulo ainda pode usar o estádio em seus jogos ao contrário dos outros clubes que tiveram de se transferir para estádios pequenos. Só saiu quando abriu espaço para o show do One Direction, herdado da Arena Palestra, e que também deu um bom aluguel.

"Tem dado um dinheiro. Os jogos podem não ser muito grandes, mas o aluguel do mês inteiro é um bom dinheiro. Além disso, é mais uma oferta de atividade que temos para os donos de camarotes", afirmou o diretor financeiro, Oswaldo Vieira de Abreu. "Claro que é um ano muito ruim para os clubes por conta da Copa. Tem que buscar alternativas."

Apesar desse faturamento com a Copa, o diretor não tem certeza se será possível reverter a tendência de queda de receitas do Morumbi, verificada de 2012 para 2013. No ano passado, a renda total R$ 29,8 milhões, contra R$ 36,2 milhões. A diferença deve-se, muito, pela renda do valor de aluguéis, na qual houve perda de quase R$ 5 milhões de um ano para outro.

Resta saber se, acabada a Copa, o Morumbi não vai, de fato, ficar para trás dos estádios de Palmeiras e Corinthians, mais modernos.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.