Cúpula da Fifa está rachada sobre Brasil-2014 e Qatar-2022
Ao final da reunião do Comitê Executivo da Fifa, neste sábado, os membros da entidade não falaram nada, ou quase nada em público. Mas sobraram sussurros e bate-papos no hotel em que estavam hospedados. E essas conversas indicam uma posição bem diferente do discurso oficial: há um racha de opiniões em relação às Copas de 2014, no Brasil, e de 2022, no Qatar.
Oficialmente, o documento da Fifa expressou que a cúpula da entidade apoiava e confiava plenamente no Mundial brasileiro. E também se negou a qualquer comentário sobre as denúncias de corrupção na escolha da edição árabe da competição. Bem diferente do clima que de fato é vivido no comitê.
O blog ouviu críticas à organização da Copa-2014 de pelo menos dois membros do comitê executivo. Um deles afirmou que o Mundial deve fazer a Fifa repensar toda a forma de organização das competições no futuro, principalmente sobre quem serão as pessoas responsáveis por encabeçar comitês. É uma crítica direta ao COL (Comitê Organizador Local).
Um dia antes, outro membro do comitê mostrava-se assustado com o trânsito na cidade diante da greve dos transportes. Ele questionava como que as autoridades fariam para levar o público para o Itaquerão na abertura com uma cidade parada, como na sexta-feira. Nem o fato de haver um feriado tranquilizava o cartola.
Ou seja, era um sentimento oposto ao de Marco Polo Del Nero, membro brasileiro do comitê executivo. Ele minimizou a questão ao afirmar que é só um "probleminha" e o público pode ir de carro. E a maioria dos integrantes adota o discurso de que está tudo bem, repetindo o que afirmam o presidente Joseph Blatter e o secretário-geral, Jérôme Valcke.
Em relação ao Qatar, há uma parte dos dirigentes que tem defendido que seja feita nova votação caso seja comprovado que o país pagou a eleitores para o obter a sede do Mundial. Estão neste grupo Jim Boyce, da Irlanda do Norte, e Theo Zwanziger, da Alemanha. Um outro integrante do comitê, que também deseja mudanças, afirmou que a situação está muito difícil em relação ao Qatar.
Do outro lado, há executivos da Fifa que não gostariam de mexer no assunto como é o caso de Jacques Anouma, da Costa do Marfim, que é acusado de receber dinheiro para votar no Qatar. Blatter abafa qualquer movimento agora por mudança.
Mas também há um racha do comandante da federação internacional com o presidente da UEFA, Michel Platini. O dirigente francês tem sofrido pressão por ter apoiado o Qatar, embora nenhuma prova tenha sido apresentada contra ele. Seu enfraquecimento, no entanto, interessa a Blatter visto que afasta seu único possível concorrente na eleição para presidente em 2015.
Com esse racha, o comitê executivo limitou-se a apenas uma reunião, em vez de duas como ocorre normalmente. Oficialmente, a Fifa diz que o motivo é que eles encerraram o seu trabalho mais rápido.
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