Decisão final do STJD para Grêmio criará padrão para penas por racismo
O julgamento do Grêmio no pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) vai estabelecer uma referência para as punições para casos de racismo no futebol brasileiro. É o que dizem auditores do tribunal. Isso porque a decisão em primeira instância não é suficiente para criar uma jurisprudência.
Na comissão disciplinar, o clube gaúcho foi punido com a exclusão da Copa do Brasil pelas ofensas de gremistas ao goleiro Aranha. A medida é inédita para atos discriminatórios, e houve recurso do Grêmio para pedir absolvição.
O blog apurou que, na cúpula do STJD, há uma tendência a dar uma pena dura para o time do Sul para tentar evitar novos casos de racismo. Mas isso não significa que é certa a manutenção da eliminação, já que é possível também tirar mandos de campo.
Os auditores do tribunal, que não podem se manifestar publicamente porque vão julgar, entendem que uma punição forte ficará na cabeça do torcedor, e dos clubes. É citado o fato de o Grêmio ter tomado atitudes como exclusão e punições em relação aos torcedores acusados de atos racistas pela possibilidade de ser punido. Antes, o clube nada fazia em relação aos gritos de macaco na arquibancada.
Acredita-se no tribunal que uma pena dura fará com que torcedores fiscalizem os seus pares para evitar novos casos. Exatamente como ocorre nos episódios de arremessos de objetos no campo: houve uma redução desse tipo de infração após punições dos tribunais.
Presidente de uma das comissões do STJD, e portanto fora do julgamento, Paulo Valed Perry concordou com a pena imposta por colegas por entender que os atos foram muito ofensivos. E explicou os efeitos do julgamento em última instância no tribunal:
"Quando o pleno tomar uma decisão, será criada uma jurisprudência (sobre racismo). Para ser obrigatório julgar da mesma forma em todos os tribunais, o pleno teria de fazer uma súmula vinculante como já fez em alguns casos", explicou Perry.
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