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Rodrigo Mattos

Fla domina, Palmeiras reage na raça e Valdivia volta a ser Valdivia

rodrigomattos

17/09/2014 23h57

Até um determinado momento seria possível explicar o Flamengo e Palmeiras sob os pontos técnico ou tático. Mas, a partir do intervalo, foi uma partida que se desenhava mais pelo imponderável, pela briga dos dois times e pelas reviravoltas. Um resumo: domínio rubro-negro, reação palmeirense, e Valdivia voltando a ser Valdivia.

O que se via no início do jogo era um time organizado, bem postado, consciente do que deveria fazer (Flamengo) e um bando com jogadores que pareciam ter se conhecido naquela noite (Palmeiras).

Não era à toa. Dorival Jr. tinha optado por uma série de novidades, Juninho de volante, João Pedro, na lateral, e um sistema novo no ataque. Vanderlei Luxemburgo usava o mesmo time que tem jogado as últimas partidas, com marcação forte no meio de campo e saída rápida com Éverton.

Tanto que foi em uma jogada pela esquerda do ataque rubro-negro que João Paulo cruzou para o meio e encontrou Canteros. Juninho escorregou e ele bateu para abrir o placar.

O segundo gol foi uma repetição dos erros de outros jogos palmeirenses com a saída errada de bola de Deola. Houve um toque no braço de Eduardo da Silva antes do passe para o gol de Alecsandro. Reclamação alviverde: ficou a impressão de irregularidade, mas sem certeza. No replay, após chegar do estádio, é possível ver que o gol foi ilegal pela mão. Bem, parecia que podia sair uma goleada. Mas só parecia.

Após o intervalo, com as entradas de Valdivia e Allione, e principalmente com nova postura combativa, o Palmeiras se tornou outro. E isso foi percebido logo no primeiro lance de ataque surgido em chutão de Lúcio. Diogo aproveitou-se de falha de Léo Moura e descontou, em seu primeiro gol em muito, muito tempo.

O Flamengo recuou de vez e aceitou a pressão quando Luis Antônio entrou no lugar de Eduardo da Silva. Sua maior organização se deixou intimidar pela vontade palmeirense. E foi assim que Vitor Luis, no arranque, empatou o jogo em um chute improvável com pouco ângulo.

O Palmeiras tinha coração no que lhe faltava de estratégia, e parecia que iria virar. Mas só parecia. Valdivia ganhou uma bola de Amaral, se enroscou com ele, perdeu a disputa e pisou no adversário. Foi expulso e interrompeu a reação.

O Flamengo voltou a dominar a jogo e por duas vezes esteve muito perto do gol que não saiu. O time carioca ficou com um gosto amargo por abrir dois gols e permitir o empate. A equipe alviverde se viu frustrada com a interrupção da reação que poderia ser salvadora, um ponto de mudança na campanha atual. A diferença é que os palmeirenses vão dormir na zona de degola.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.