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Rodrigo Mattos

Mesma instrução da Fifa? Brasileiro tem 40% mais pênaltis do que Copa

rodrigomattos

28/09/2014 06h00

Na polêmica sobre critérios para mão na bola, a comissão de arbitragem da CBF apressou-se em dizer que adota no Brasileiro a mesma orientação dada pela Fifa. Juízes internacionais e nacionais tiveram, teoricamente, a mesma instrução. Só que, após o Mundial, o campeonato de nossos clubes têm 40% a mais de pênaltis do que a Copa.

No meio de semana, mais uma vez, houve uma rodada do Brasileiro polêmica com cinco pênaltis em dez partidas, sendo dois no confronto entre São Paulo e Flamengo. Um deles foi inexistente, e o outro altamente questionável. Nos três jogos do sábado, não houve penalidades.

Com isso, o Nacional atingiu a marca de 53 pênaltis. Desse total, 43 foram cometidos após o Mundial quando árbitros receberam nova interpretação sobre toque de mão na bola. Isso significa que, na atual fase do Brasileiro, há uma média de 0,28 penalidades por partida por arredondamento.

Em relatório sobre a Copa, nesta semana, a Fifa apontou que foram 13 pênaltis marcados em toda a competição de seleções no Brasil. Para um total de 64 confrontos, isso significa uma média de penalidades de 0,2 por jogo. Chega-se a diferença de 40% entre as duas competições.

Houve uma polêmica na quarta-feira sobre o critério para mão na bola entre a Fifa e a CBF. O chefe de arbitragem da federação internacional, Masimo Busacca, afirmou que não se pode dar mão em qualquer bola. Confrontada, a confederação admitiu erros, prometeu ajustes e disse seguir o critério da Fifa. Os resultados, no entanto, são bem diferentes como se vê pelos números.

Isso porque a própria federação internacional foi criticada durante a Copa por uma orientação para marcar pênaltis em qualquer contato físico ou suposto agarrão dentro da área. Foi o caso da penalidade polêmica sobre Fred, na estreia da seleção contra a Croácia. Nenhum árbitro da federação internacional, no entanto, marcou um pênalti com bola na mão fora da área.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.