Neymar evolui bem mais do que a seleção de Dunga
Após o seu quarto jogo no comando do time, diante do Japão, o técnico Dunga promoveu, sim, alguma evolução na forma de jogar na seleção brasileira. Em relação à Copa, há movimentação mais dinâmica no ataque, e a defesa se posta de forma correta. Mas quem cresce mais a cada jogo, a cada temporada de forma impressionante é Neymar, autor de quatro gols.
Primeiro, é preciso lembrar que o Brasil pegou uma maioria de reservas japoneses. Ou seja, enfrentou a segunda formação de um time que teve campanha medíocre na Copa-2014. Essa equipe asiática, com titulares, tomou de três contra Luiz Felipe Scolari. Podemos encarar o jogo como um coletivo de luxo.
Feitas essas ressalvas, a seleção aproveitou os espaços deixados pelos japoneses com um futebol com bola no chão e uma troca constante de posições no ataque. Neymar, por exemplo, era visto muito mais à frente do que o teoricamente centroavante Diego Tardelli. A entrada do atleticano é um ganho sobre Fred por mexer com a estrutura do ataque.
A formação inicial do meio de campo é quadrada com dois meias (Oscar e Willian), que estiveram na Copa, e esteve longe de encantar. Em relação à defesa, dá para vê-la mais bem postada e com o ganho da presença de Miranda por conta dos outros jogos porque, neste, não houve teste.
Outro ponto positivo foi a entrada no segundo tempo de jogadores como Éverton Ribeiro e Philipe Coutinho, que podem proporcionar formas variadas de jogar ao meio brasileiro. Kaká e Robinho, experientes, aproveitaram o adversário carne assada, mas há sérias dúvidas sobre a utilidade deles até 2018. Para mim, não fazem sentido neste time renovado.
Em um resumo geral, apesar da goleada, o time ainda está longe de justificar as exaltações vistas após fazer quatro gols e bater a Argentina. É preciso lembrar que a seleção de Felipão também se mostrou muito segura e goleadora em determinados momentos, mas se mostrou ultrapassada na hora decisiva. Dunga faz escolhas certas, mas já é certo que não promoverá nenhuma revolução tática.
Se o time apresenta alguma evolução, quem cresce de forma avassaladora é Neymar. Qualidade sua desde o início da carreira, a precisão no arremate melhorou e às vezes encontra semelhanças com Messi pela simplicidade das soluções encontradas para fazer o gol. Sua variedade de recursos técnicos é tão ampla que nos deixa em dúvidas sobre se há um limite para ele.
Não é só na seleção. Seu início de temporada com o Barcelona é uma demonstração de como o futebol fica mais fácil para ele a cada dia. Tão jovem já é o quinto atacante com mais gols na seleção. Agora é preciso lembrar que, na semifinal da Copa, o Brasil não pôde contar com Neymar por contusão. Portanto, é preciso construir alternativas para essas situações.
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