CBF acerta ao poupar jogadores do Brasil, mas insiste com calendário torto
Enfim, a CBF acertou ao poupar os jogadores que atuam no Brasil na convocação final de Dunga, o que evita sérios prejuízos aos clubes que disputam a reta final do Brasileiro e da Copa do Brasileiro. Atendeu a uma pressão dos clubes. Mas o problema é que não apresenta nenhuma solução para o calendário que coincide datas Fifa com as competição. Ou seja, tirou o sofá da sala.
Durante a semana, clubes como Atlético-MG e Cruzeiro apelaram ao bom senso da confederação em ligações para seus dirigentes. A diretoria do Galo, por exemplo, não queria falar em público, mas se articulou para evitar a perda de Diego Tardelli e Carlos (para a sub-21). Deu certo.
Na convocação, o presidente José Maria Marin fez um discurso sobre o apoio e colaboração dos clubes. Só que voltou a enrolar quando perguntado objetivamente sobre ajeitar o calendário e acabar com coincidência das datas da seleção e dos campeonatos de clubes, que não ocorre em nenhum lugar do mundo. "Acredito que vamos aperfeiçoar e chegar a grandes melhorias no que diz respeito a diversas disputas", disse.
Em seguida, seu sucessor Marco Polo Del Nero contou que só cinco datas-Fifa vão afetar rodadas dos clubes em 2015, o que seria uma evolução. Não é verdade. Ao se analisar o calendário, considerando a Copa América, 11 ou 12 rodadas de jogos de times serão afetadas pela seleção, o que inclui amistosos e eliminatórias.
Nesse total, estão nove ou dez partidas do Brasileiro da Série A, dependendo de quando os altetas se apresentarem para a Copa América. Ou seja, cerca de um quarto da competição sofrerá com desfalques, ou a CBF terá de abrir mão de atletas do Brasil em convocações.
Por que este cenário? Por conveniência política, Marin e Del Nero se recusam a reduzir drasticamente os Estaduais, competições esvaziadas, para não contrariar seus aliados presidentes de federações.
Enquanto nada for feito a esse respeito, a CBF continuará a agir como o marido traído que encontra a mulher com o amante no sofá da sala. A solução da confederação é vender o sofá. Para resolver o problema de fato, a entidade tem que anunciar um novo calendário para os próximos anos.
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