Será que a CBF percebeu que Minas domina o futebol do país há dois anos?
Com a rodada de sábado, o Cruzeiro e o Atlético-MG ficaram na primeira e segunda posições no Brasileiro, pelo menos de forma provisória visto que o São Paulo joga na segunda-feira. Essa dobradinha não é nada surpreendente diante do domínio que o futebol mineiro estabeleceu no país nos últimos dois anos. Ilógico é que o Brasil continue a insistir na escola gaúcha de treinadores se é Minas que vem apresentando algo de novo.
Não são poucos os dados que demonstram esse domínio mineiro. Nos dois anos do Nacional, as duas equipes do Estado conseguiram 59,9% dos pontos, um rendimento de time classificado à Libertadores e até a aspirante a título.
Em taças, Minas caminha para seu segundo Brasileiro seguido com o Cruzeiro, e ganhou o principal torneio sul-americano com o Galo. Na atual Copa do Brasil, é o único Estado que tem dois representantes nas semifinais.
A gritaria dos dirigentes mineiros a cada convocação da seleção é um demonstração de como suas equipes contribuem para os times nacionais, inclusive na base. Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart já se tornaram constantes na nova era Dunga. Diego Tardelli ganhou a vaga de titular como centroavante. Entre os times de base, Lucas Silva, Alisson, Douglas Santos e Carlos são figurinhas fáceis.
No banco de reservas, o Cruzeiro tem em Marcelo Oliveira um técnico que completa quase dois anos em seu comando. Neste período, transformou um time que lutava contra o rebaixamento em uma equipe dominante no cenário nacional. O elenco é muito superior, ressaltam os comentaristas.
Quando foram contratados, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Nilton, Marquinhos, Henrique, Egídio e Marcelo Moreno não eram jogadores valorizados. Alguns deles eram refugos de seus times. Há, sim, atletas que chegaram em alta como Manoel, Dedé, Willian e Júlio Baptista, mas eles nem são a chave do sucesso, embora deem boas contribuições.
Ao contrário da dominante escola gaúcha dos últimos anos, o futebol mineiro tem se caracterizado pelo dinamismo nas posições de ataques, e pela vocação ofensiva, que continua mesmo quando o time está em vantagem. Marcelo Oliveira é formado em Minas como jogador, no Atlético-MG, e tem também sua carreira de técnico forjada no Estado.
O mesmo ocorre com Levir Culpi. Embora paranaense, foi no Cruzeiro e no Atlético-MG que ele teve as melhores passagens em sua carreira. Seu antecessor Cuca, um paranaense cuja carreira se iniciou no Rio Grande do Sul, não tem nada a ver com a escola gaúcha: era outro com preferências ofensivas, trocas de posição e esquema dinâmico.
Essas mudanças têm dado resultado, resta saber quando serão percebidas pela CBF, onde há um domínio de oito anos de treinadores da tradicional escola do Rio Grande do Sul que prioriza resultados e pouco se importa com apresentar algo novo no futebol.
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