CBF cria regra contra armação de resultado e malas de dinheiro
O novo regulamento de competições da CBF incluiu regras contra a armação de resultados que vedam recebimentos de incentivos financeiros extras pelos jogadores. A abrangência do texto permite que se aplique a malas brancas e pretas. Há ainda uma limitação do número de jogos por atleta na temporada, mas com brecha para burlar à restrição.
O documento foi divulgado pela confederação nesta sexta-feira, e vem sendo elaborado durante os últimos meses. Será válido a partir de 2015. O blog apurou que a inclusão deste artigo foi uma determinação do futuro presidente da CBF Marco Polo Del Nero, com o intuito de ser uma medida de moralização para o futebol brasileiro.
O artigo 51 foi introduzido para "evitar ou dificultar a manipulação de resultado de partidas". Para isso, considera conduta ilícita de jogadores, técnico, dirigentes e árbitro seis procedimentos. Os dois primeiros itens vetados são apostar em jogos nos quais estejam envolvidos, ou permitir que parentes façam o mesmo.
O terceiro inciso fala em veto a quem "assegurar a ocorrência de um acontecimento particular durante partida de futebol da qual esteja participando e que possa ser objeto de aposta ou pelo qual tenha recebido ou venha a receber qualquer recompensa". Em seguida, no quarto item, é vetado "dar ou receber qualquer presente, pagamento ou outro benefício em circunstâncias que possam razoavelmente gerar descrédito para si mesmo ou para o futebol."
Ambas as situações podem incluir as chamadas malas brancas e pretas, em que um time paga para outro perder ou ganhar um jogo. Pelo que apurou o blog, esse foi o objetivo da comissão de membros da CBF que redigiram o texto: acabar com ambas as práticas. Teoricamente, o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) já prevê penas para condutas não esportivas, mas o texto não é tão claro.
Outra novidade é a inclusão de um limite de 60 jogos para cada atleta por temporada. Isso seria uma forma de a confederação atender o Bom Senso FC que pedia que os atletas fossem poupadas do excesso de partidas. O problema é que a medida já permite que a restrição seja burlada.
O artigo 102 diz: "Somente será autorizada a participação de atletas acima do limite de sessenta (60) partidas oficiais constantes do calendário nacional, dentro da mesma temporada da CBF, se for apresentada autorização médica para este fim à DCO/CBF.". Assim, bastará um médico do clube autorizar para o jogador atuar em mais jogos do que o limite.
A intenção da CBF foi deixar em aberto para que atletas jovens, que têm melhor condição física, possam atuar quantas vezes quiserem desde que tenham autorização dos médicos. Os veteranos, se houver veto da comissão técnica, podem ser poupados.
Em direção contrária, a confederação reduziu o intervalo mínimo entre uma partida e outra do mesmo time. Até 2014, a CBF determinava um intervalo de 66 horas, que caiu para 60 horas no novo regulamento.
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