Europeus impõem nova derrota a sul-americanos com veto de investidores

Determinada pela Fifa nesta sexta-feira, a antecipação da proibição de investidores em direitos de jogadores foi mais uma vitória de cartolas europeus sobre sul-americanos. A medida ocorreu justamente quando dirigentes de clubes pertencentes a Conmebol se articulavam para tentar reverter o veto ou pelo menos postergar a sua implantação por longo tempo.

A UEFA (Federação Europeia de futebol) pressionou pelo fim dos investidores em jogadores durante longo tempo até vencer a batalha em setembro. Havia uma decisão da Fifa de que a mudança aconteceria, mas ainda sem data. A Conmebol e outros cartolas sul-americanos resistiam por causa da grande dependência dos clubes do continente do dinheiro de fundos e de empresários.

Para se ter uma ideia do impacto, um estudo de advogados brasileiros mostra que apenas 15% dos direitos sobre atletas estão com grandes clubes nacionais, sendo o restante pertencente a terceiros. Por isso, cartolas defendem que o Brasil conseguirá manter menos tempo seus jogadores no país.

E havia uma tentativa de postergar o assunto pois está marcada para janeiro uma reunião para escrever o regulamento de transição das atuais regras para a proibição definitiva de investidores e fundos. A ideia era que fosse um texto curto de até 10 artigos.

Ao mesmo tempo, a UEFA pressionava para que a proibição fosse imposta ainda em maio de 2015. Conseguiu vencer a queda-de-braço na reunião do Comitê Executivo da Fifa, e ainda criou uma período muito curto de transição de apenas quatro meses com regras duras de apenas um ano de contrato. Ou seja, praticamente acabou por decreto com os direitos econômicos.

Resta agora aos sul-americanos adaptar-se e aprender a trabalhar sem o dinheiro de terceiros. Ou então perderão a maioria de seus jogadores para os times europeus.