Corinthians sabe do risco dos CIDs do Itaquerão, revela documento
O Corinthians e a Odebrecht têm consciência do risco em relação à operação dos CIDs (Certificados de Incentivos ao Desenvolvimento) para a construção no Itaquerão. Documento do fundo cita entre os fatores de riscos do estádio os incentivos fiscais. Em seguida, considera remota a possibilidade de não poder usar os títulos.
Na sexta-feira, o clube soltou nota culpando a prefeitura de São Paulo por não poder usar os CIDs na arena, e diz que o débito total está se tornando insustentável. Os administradores do estádio não conseguem negociar os títulos por conta de uma ação judicial do Ministério Público que questiona sua legalidade. Assim, o Corinthians quer que o município recompre os títulos, ou os garanta. Mas o prefeito Fernando Haddad rejeita a operação porque técnicos a consideram ilegal.
No relatório do fundo do Itaquerão para 2013/2014, o clube explica, entre os fatores de risco, que a obra levou em conta a desoneração de impostos por parte da União (dada a estádios da Copa) e os CIDs. E acrescenta que os títulos estavam vinculados à conclusão da arena antes da abertura da Copa, o que ocorreu em parte.
Na sequência, o relatório relaciona a ação judicial movida pelo MP contra Gilberto Kassab, a prefeitura, o fundo, Corinthians e Odebrecht. "A possibilidade de perda é remota", diz o documento, com base no posicionamento dos advogados da empresa. O escritório de advocacia baseia-se em processos similares que não teriam sido bem sucedidos.
O problema é que, mesmo que o clube ganhe a ação, haverá uma insegurança jurídica até ela ser concluída, o que dificultará a venda dos títulos. Com isso, a dívida com juros bancários cresce. O MP estima em dois anos o prazo para o fim da ação.
Até o meio de 2014, tinham sido emitidos R$ 346 milhões CIDs, valor que subiu para R$ 405 milhões após a Copa. Segundo posição da prefeitura, esses títulos já podem ser negociados no mercado. O Corintihans esparava um ágio de 5% nos CIDs se conseguisse vender.
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