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Rodrigo Mattos

Clubes querem criar 'modelo de gestão' com consultoria paga pela CBF

rodrigomattos

28/11/2015 05h00

A comissão de clubes propôs à CBF a contratação de uma consultoria para melhorar a gestão das agremiações por meio de um "modelo padrão" a ser adotado por todos. Quem faria o trabalho seria Ernest & Young que já presta serviços para a confederação. Há ainda a ideia de estudar toda a cadeia produtiva do futebol do país.

Ressalte-se que não é a primeira vez que se pensa em consultoria para tornar mais eficientes as administrações no esporte nacional. A própria CBF tem o diagnóstico da Ernest & Young pronto sobre sua própria gestão, mas até agora não implantou nada novo.

Em reunião na sexta-feira, os clubes decidiram pedir para que a CBF pague uma ampliação deste estudo. "Queremos que eles criem um modelo de gestão para os clubes no qual um dirigente que entre saiba como agir em relação a administrar estádios, relação com as entidades, fornecedores em geral", contou o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr, membro da comissão.

"Nossa ideia é um trabalho em que possa se rediscutir toda a estrutura do futebol brasileiro, tributação de jogadores, contrato de imagem, legislação sobre direitos, entre outros temas", analisou o presidente do Atlético-PR, Mauro Celso Petraglia. "A CBF contrataria a consultoria."

O secretário-geral da confederação, Walter Feldman, informou ainda não ter recebido a demanda dos clubes. Mas disse que já tinha ideia de que era necessário uma iniciativa neste sentido.

"Queremos um estudo sobre o valor gerado pelo futebol brasileiro. O que cada parte da cadeia produtiva gera de dinheiro. Com um diagnóstico, poderia se aumentar a receita geral do futebol", explicou o dirigente.

Feldman reconheceu que hoje o Brasil não consegue internacionalizar o seu futebol como fazem os europeus. "O Barcelona tem uma quantidade gigantesca de torcedores no Brasil sem ter vindo ao país graças às transmissões", lembrou ele, admitindo que, hoje, a qualidade dos jogadores que atuam na Europa é maior do que no país.

Certamente é necessário que se estude os mecanismos do futebol brasileiro para aumentar a sua eficiência. A grande pergunta é se, com um diagnóstico na mão, clubes e a CBF vão enfrentar os nós e os interesses políticos que atravancam o desenvolvimento do esporte no país.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.