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Rodrigo Mattos

Conmebol diz que Corinthians não a procurou para reclamar da Libertadores

rodrigomattos

22/12/2015 05h00

À imprensa, o superintendente de futebol do Corinthians, Andrés Sanchez, protestou contra as cotas da Libertadores e ameaçou não disputá-la. Só que a reclamação não foi formalizada na Conmebol, nem o clube foi a Assunção com antecedência para demonstrar seu desagrado. Pelo menos essa é a versão da confederação sul-americana às vésperas do sorteio da competição.

"Nenhum clube brasileiro veio nos procurar para reclamar da premiação", contou o diretor de competições da Conmebol, Hugo Figueredo. "Não houve reunião prévia com os clubes sobre isso. Eles vão ser informados da premiação no sorteio."

Figueredo ficou sabendo do protesto corintiano pela imprensa e lembrou que o valor pago por jogo na primeira fase informado por Sanchez – US$ 120 mil – estava desatualizado. Em 2015, foram US$ 300 mil. Haverá um reajuste para US$ 450 mil em 2016. No geral, as premiações subirão 40%.

A investigação do FBI mostrou que os direitos de TV da Libertadores eram vendidos para a T & T após pagamento de propina para os dirigentes da Conmebol. Por isso, os três últimos presidentes estão presos por desvios de dinheiro. Foi assinado um novo contrato diretamente com a Fox.

Segundo o novo presidente Wilmar Valdez, a intenção é manter esse acordo, mas não estão descartadas mudanças no futuro. Ele não quis comentar se houve ofertas maiores quando a T & T assinou com a Conmebol o contrato de televisão da Libertadores.

A promessa de Valdez é mudar a postura da entidade: passar a ser mais transparente na prestação de contas e fazer concorrências para os próximos acordos. Os clubes, segundo ele, terão maior participação e serão ouvidos pela entidade.

"Pretendemos realizar workshops e congressos técnicos para ouvir com antecedência quais as reivindicações dos clubes para a Libertadores", afirmou Figueredo. A longo prazo, com revisões dos contratos, a entidade acena com novos reajustes.

Apesar da alta do dólar, a cota continua baixa para uma competição como a Libertadores. Os clubes são melhor remunerados por jogo no Brasileiro. Além disso, a Conmebol manteve a taxa de 10% sobre a renda dos jogos, o que era outra reclamação pública dos times brasileiros.

Mas a verdade é que, antes do anúncio dos prêmios, não havia nenhum presidente de clube em Assunção para tratar do assunto. O diretor de futebol do Grêmio, Rui Costa, estava no Paraguai. Mas representantes do Corinthians, Atlético-MG, Palmeiras e São Paulo, que também reclamou publicamente das cotas, não estavam no Paraguai. Ressalte-se que não é a primeira vez que os brasileiros protestam contra as cotas da Libertadores.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.