Artilheiro no lobby, grana curta e dicas: sorteio da Libertadores é mercado
O sorteio da Libertadores não serve apenas para os clubes brasileiros saberem seus adversários na primeira fase: o evento agita o mercado de transferências ao aproximar dirigentes sul-americanos. A intensa movimentação no lobby da Conmebol com encontros à boca pequena pode gerar só especulação, ou início de negócios. Cada um observa quem está ao lado, e vigia o rival.
Um artilheiro da Libertadores como Gustavo Bou circulando pelo lobby do hotel, por exemplo, desperta a atenção. Ele passava por lá justamente quando o presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, chegava. Questionado sobre possível interesse, o dirigente olha para o lado para vê-lo e despista jogando para os rivais.
"É um bom jogador. Mas não contratamos jogador assim. Temos que ver o scout, acompanhar. Não procuramos ele. Pergunta para Corinthians e Flamengo que procuraram", brinca Nepomuceno. Consultado, o presidente corintiano, Roberto Andrade, disse que não tem nada.
Bou soltou a protocolar declaração sobre como seria interessante jogar no Brasil, e na Europa. "É muito competitivo o futebol brasileiro", analisa. Mas a verdade é que seu contrato com o Racing vai até 2020, com um cláusula pesada para os times nacionais. Parece um alvo fora de alcance.
Não é preciso o jogador estar presente para gerar interesse ou negócio. Um empresário chama Alexandre Mattos, do Palmeiras, para um conversa no sofá para discutir a renovação do empréstimo de Mendieta ao Olimpia. O dirigente dá seu preço e pede para ver se há algum jogador interessante no clube Paraguai.
Empréstimos em troca da preferência por outro jogador viraram uma prática do mercado, como explica outro dirigente de grande clube que não quer se identificar. Cede-se um atleta já pronto para jogar em troca de jovens com potencial. Em geral, o time grande está de um lado e o pequeno, de outro.
A disputa intensa em um mercado restrito de jogadores leva a se mirar os mesmos alvos. O Grêmio disputa vários jogadores com o Flamengo, e seu presidente Romildo Bolzan Jr. reclama de intervenções. Cada um joga com as armas que têm em um cenário que todos têm orçamentos restritos.
"Estamos prospectando jogadores no mercado sul-americano há um ano. Mas aí chegam com dinheiro à vista fica difícil", conta Bolzan Jr., lembrando que perdeu dois atletas assim para o Tigres, do México.
Já, ao final do sorteio, a dança de cartolas aproxima ou afasta contratações. O diretor-executivo do São Paulo, Gustavo Oliveira, explica que Lugano é um ídolo do clube, mas é evasivo sobre a possibilidade de contratá-lo. A poucos metros, dirigentes do Cerro Porteño explicam, rindo, que ele só sai se for paga uma multa, seja de € 1,00 ou de € 2 milhões.
Esse é um problema para o mercado sul-americano. A agitação é constante, mas faltam euros e dólares. "Clube brasileiro vai entrar em leilão, mas ninguém tem dinheiro", resume Eduardo Maluf, diretor do Galo.
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