Após 7 meses, BNDES nem recebeu pedido corintiano de adiar dívida da arena
Há sete meses a diretoria do Corinthians aposta no adiamento do pagamento da dívida com BNDES para solucionar o risco de ficar sem dinheiro para quitar a Arena do Corinthians. Só que o banco de desenvolvimento informou que sequer recebeu uma requisição neste sentido: a negociação está travada na Caixa Econômica Federal. Dirigentes corintianos dizem que o clube buscará alternativas e descartam inadimplência.
Os débitos relacionados ao estádio se acumulam. São cerca de R$ 400 milhões com a Odebrecht, outros R$ 200 milhões com bancos e mais R$ 400 milhões com o BNDES, fora juros. Mais importante é manter em dia os pagamentos ao banco estatal visto que, se houver inadimplência, a Caixa pode até retirar o Corinthians da gestão do estádio. O problema é que o resultado financeiro do estádio no primeiro ano é insuficiente para quitar um ano de financiamento: cerca de R$ 60 milhões.
Por isso, em julho de 2015, a diretoria corintiana pediu uma carência de 12 meses em sua dívida, alegando que outros estádios tiveram 36 meses antes de começar a pagar, e o clube, 19. "Não há nenhuma demanda de extensão de carência do crédito à Arena Itaquera formalizada junto ao BNDES. Se houver, será colocada pela Caixa, que é o agente financeiro da operação", informou o BNDES.
Ou seja, após sete meses do pedido corintiano, a reivindicação não chegou ao banco estatal que teria de aprovar a operação. Lembre-se: a liberação do dinheiro para o estádio demorou meses. Questionada sobre o pedido, a Caixa se recusou a dar informações: "As informações são protegidas por sigilo bancário, conforme previsto na Lei Complementar nº 105/2001."
O vice-presidente de Finanças do Corinthians, Emerson Piovezan, reconheceu que só quem pode requisitar o prolongamento do empréstimo é a Caixa. "Ela que analisa a operação de crédito", contou. Depois, o BNDES teria de aprovar o acordo.
A questão é quanto isso vai demorar já que há o temor no clube de ficar sem dinheiro em abril para pagar as mensalidades. No momento, os pagamentos do banco estão em dia, segundo apurou o blog.
"Não existe isso de não pagar. Vamos arrumar uma forma de equacionar a dívida. Pedimos para prolongar para ter tempo para aumentar receitas. Mas, de um jeito ou de outro, vamos equacionar a dívida", analisou Piovezan. Em último caso, ele admitiu usar verba do clube para pagar parcelas, o que sempre foi descartado por Andrés Sanchez. "Não vamos deixar inadimplente", completou.
Uma outra aposta é fechar a venda dos naming rights da Arena Corinthians para aumentar a receita anual e gerar dinheiro para pagar as dívidas. Há uma expectativa de um acordo que se arrasta há anos.
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