Próximo da CBF, presidente do Fla negociará Primeira Liga-2017 com entidade

Após sua aproximação da CBF nesta semana, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, se tornará o representante da Primeira Liga na negociação com a entidade e as federações do torneio 2017. Substituirá o presidente da liga, Gilvan Pinho Tavares, que alega problemas particulares. A tendência é que seja marcada uma reunião para definir o tema em breve.

Na quinta-feira, o dirigente rubro-negro foi anunciado como chefe de delegação da seleção na Copa América dos EUA. A notícia surpreendeu membros da liga porque ele ficou marcado pelas críticas à CBF no início do ano, seja na disputa pela liga, seja em problemas do Flamengo.

O convite foi uma decisão pessoal do presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA de levar propinas em contratos da CBF. Embora sua aparição na convocação de Dunga tenha causado mal estar na liga, não interferiu em seu papel na organização.

"Nossa relação com a liga é muito boa tanto que vamos fazer uma reunião com as federações para decidir o torneio para 2017. Gilvan nos disse que está com problemas pessoais então passou para o Eduardo a tarefa de negociar com a CBF. Ele deve vir com o Peter (presidente do Fluminense)", contou o secretário-geral da confederação, Walter Feldman.

Apesar dessa declaração, a semana de seminários da CBF foi marcada por críticas de membros da confederação à Primeira Liga, entre eles o técnico Dunga. Integrantes da entidade tentaram jogar a culpa do calendário inchado no torneio.

A liga já negocia informalmente com a CBF por meio de seu diretor Fred Luz, que é diretor também do Flamengo. A tendência é de um pequeno corte nos Estaduais que dê três datas à liga. Bandeira disse que sua presença como chefe da seleção não interfere na sua independência em relação à CBF na hora de negociar.

"De forma alguma. Seria um absurdo imaginar isso. Entendo o gesto da CBF como uma aproximação a tudo que o Flamengo representa de novo e transformador no nosso futebol, em contraposição aos setores atrasados que ainda exercem influência", afirmou Bandeira de Mello.

Ele se mostrou esperançoso que a "agenda de mudanças" da CBF represente uma evolução para o futebol. Até agora o que se viu foram sérias resistências de membros das federações e da confederação a qualquer mudança significativa na estrutura do futebol e da entidade.

Feldman faz elogios à Bandeira. "Posso interpretar esse convite do presidente porque Eduardo tem sido muito presente.Várias vezes esteve lá. Houve conflitos, mas ele nunca foi desses que fazem parte da patrulha da imprensa que vê uma relação maniqueísta da CBF como o mal. Foi muito ponderado. É um homem de diálogo", disse Feldman.