Odebrecht deve R$ 92 milhões ao Rio por Maracanã, mas contrato é revisto
De saída do estádio, a Odebrecht deve R$ 92 milhões ao Estado do Rio pela concessão do Maracanã. A questão é que esse valor pode ser revisto: o governo estadual admitiu que a construtora foi prejudicada pelo contrato atual entre as partes. Assim, o acordo deve ser alterado na negociação da saída da entidade, o que deve implicar em mudança nas contas.
O balanço financeiro do Complexo Maracanã Entreterimento S.A. registra a dívida de R$ 91,9 milhões referente à outorga "ao poder concedente". Esse valor está no passivo circulante, o que significa que teria de ser quitado em prazo maior do que dois anos.
Essa é só uma parte dos compromissos da empresa que tem um total de R$ 263 milhões em dívida líquida. É um resultado dos seguidos prejuízos em um ano e meio de operação. Por isso, a empresa decidiu por demitir sua equipe e encerrar a operação do estádio.
Antes disso, no meio de 2015, a Odebrecht já tinha pedido um reequilíbrio financeiro alegando ter sido prejudicada pelas mudanças no projeto: manutenções do Parque Julio Delamare, do Complexo Célio de Barros e de outras instalações. As negociações se prolongaram, e o Estado já aceitava que um número menor de obras teria de ser feito: o valor cairia de R$ 500 milhões para R$ 140 milhões.
Mas o balanço do Maracanã registra que, em 31 de março de 2016, "a companhia recebeu um ofício da secretaria de Estado da Casa Civil, na qual a entidade reconhece o desequilíbrio econômico financeiro do contrato". Ou seja, admitiu que tem de dar melhores condições à construtora.
Questionados pelo blog, o governo do Estado e a Odebrecht se recusaram a dar informações sobre o tamanho da dívida, ou sobre o ofício do Rio em que reconhece desequilíbrio contratual. A assessoria de ambos se limitou a dizer que as negociações sobre o reequilíbrio do contrato continuam em curso.
Lembrança: embora tenha levado prejuízo na operação do Maracanã, a Odebrecht faturou ao participar do consórcio que realizou a obra de reforma por R$ 1,2 bilhão. Delações de executivos da Andrade Gutierrez, parceira da construtora no projeto, indicam que houve pagamento de propina para o ex-governador do Rio Sérgio Cabral pela obra. Ele nega.
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