Topo

Rodrigo Mattos

Com acordo com a OAS, Grêmio quer usar sócios para pagar arena até 2028

rodrigomattos

02/06/2016 06h00

A diretoria do Grêmio está otimista para fechar o acordo para a compra de sua arena. Um aval da OAS e da Caixa Econômica deixou encaminhado o acordo para adquirir o estádio. E a proposta é pagar o financiamento em 13 anos com dinheiro obtido com vendas de partes da arena para sócios.

Quem primeiro informou sobre o sim da OAS e da Caixa Econômica Federal à proposta do Grêmio foi a "Zero Hora". A informação foi confirmada pelo presidente gremista Romildo Bolzan Jr. "Estava pessimista e fiquei otimista em relação ao negócio nesta tarde", disse ele, nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro.

Segundo o cartola, os contratos já estão redigidos. Mas ainda podem surgir empecilhos judiciais de credores da OAS. Os passivos da construtora, que está em recuperação judicial, são a maior ameaça para a concretização do negócio.

Pelo modelo aceito pela OAS, o Grêmio estima pagar a arena até 2028. É um prazo ousado visto que, incialmente, a previsão era um financiamento de 20 anos. Para isso, Bolzan conta com um incremento da renda com sócios com vendas de partes do estádio.

"Temos uma renda de R$ 4 milhões por mês com sócios hoje. Entendemos que podemos chegar a R$ 7 milhões. Para isso, venderíamos todos os assentos aos sócios. Nem lidaríamos mais com bilheteria. Vamos apenas controlar entrada e saída de quem já é dono do lugar", contou o dirigente.

Com isso, a diretoria gremista entende que seria possível cobrir com folga a mensalidade de R$ 2 milhões que pretende pagar para a OAS pelo estádio. Esse valor é superior ao R$ 1,5 milhão que o clube paga hoje em dia apenas para os sócios usufruírem de lugares na arena. Com essa fórmula, portanto, o clube teria R$ 2,5 milhões a mais por mês em caixa.

"Acreditamos que terá um valor muito forte para o sócio ser dono do estádio", analisou Bolzan. Segundo o dirigente, o clube cuidaria sozinho da gestão da arena, de uma forma profissional.

A solução para a arena é essencial para viabilizar o caixa do Grêmio que tem acumulado déficits, e teve queda de receita. Em 2015, o rombo foi de 37,6 milhões com uma renda de R$ 190 milhões, inferior ao ano anterior. O novo contrato de tv do Brasileiro com a Globo que equilibrou as finanças. De qualquer forma, a negociação da arena já teve diversas idas e vindas, e promessas de que estava quase concluída. E até agora não desemperrou. Essa é mais uma chance.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.