Nova Libertadores sufoca oposição de clubes brasileiros à Conmebol
O novo formato da Libertadores, com duas vagas extras para o país, sufocou a participação dos times brasileiros na Liga Sul-Americana de clubes que faz oposição na Conmebol. A afirmação é do presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Jr, que vinha encabeçando o movimento de times nacionais neste tema. Para ele, a entidade está perdendo o sentido porque não participou em nenhuma momento da reforma da competição.
A Liga Sul-Americana de clubes foi criada no final de 2015 para exigir transparência e reforma da Conmebol. O objetivo era pleitear por acesso a todos os contratos da Libertadores, exigir melhores cotas e reformas na competição para torná-la mais rentável. Uma reação a três presidentes da Conmebol presos por propina. Times brasileiros se uniram a argentinos e uruguaios, além de equipes de outros países.
Mas a Conmebol contra-atacou: negociou em separado com os clubes brasileiros e lhes deu acesso a parte dos documentos. Depois, realizou um estudo próprio e fez as reformas da Libertadores sem ouvir a Liga Sul-Americana, inchando para 44 times e uma fase prévia maior.
"Não estou vendo perspectiva para a liga. Os clubes foram completamente excluídos dessa reforma da Libertadores. Foi tudo feito pelas federações e pelas confederações. Veio de cima e acabou a história", contou Romildo Bolzan. "Clubes estão sufocados pelas federações e por esse movimento ordenado da Conmebol."
Após o anúncio da nova Libertadores, Romildo chegou a conversar com alguns presidentes de clubes, mas afirmou que não houve reação à medida da Conmebol. Há uma nova reunião da Liga Sul-Americana marcada para o dia 27 em que o assunto será discutido. Mas ele se mostra descrente em qualquer atitude.
"A Conmebol tem uma força política muito poderosa. Os clubes estão reféns da situação. Eles têm um controle senhorial sobre os clubes", contou. "Estou repensando a participação do Grêmio. Porque estou solitário como único brasileiro em um debate de estrangeiros. Não sei se vou permanecer. Não adiantar ficar viajando para não fazer nada."
Os primeiros a debandar da Liga Sul-Americana foram os clubes paulistas, convencidos pelo presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Reinaldo Carneiro Bastos. Ele afirmou que poderia representá-los e tem ido às reuniões do conselho da Conmebol. Os outros times também não têm o mesmo ímpeto do início do ano, principalmente após as duas vagas extras.
Segundo Romildo, desde o início da Liga Sul-Americana, a Conmebol não deu nenhum acesso aos contratos da Libertadores como prometido. Houve um aumento de cotas da competição, mas não houve explicação de qual o valor da receita para saber se esse crescimento acompanhou o contrato. Até agora, os times brasileiros parecem satisfeitos com as vagas, e não questionam mais à confederação sul-americana.
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