Entenda o que há por trás da discussão da imunidade da Chape no Brasileiro
Com Danilo Lavieri e Pedro Ivo de Almeida
Os clubes iniciaram um movimento na semana passada para dar imunidade para a Chapecoense de rebaixamento no Brasileiro por três anos. Até agora a CBF tem se mostrado bastante reticente em relação à ideia. E, nesta segunda-feira, o presidente do time catarinense, Ivan Tozzo, disse que era uma besteira que "não existe".
Mas o movimento já é oficial: há um documento assinado por sete clubes da Série A e enviado à CBF pedindo que o rebaixamento não ocorra por três anos – o Corinthians também assinaria. O departamento jurídico da Chapecoense está ciente da articulação desde a semana já que faz parte do grupo jurídico de times da Primeira Divisão. No grupo, dirigente do time catarinense agradeceu a iniciativa.
Há legitimidade dos clubes de fazer o pleito. Por decisão da CBF, no meio de 2015, houve uma mudança no estatuto que estabeleceu que os clubes passariam a decidir formato e regulamento do Brasileiro sem precisar de aval da confederação. Ou seja, na verdade, se houver maioria entre eles nem precisam de aprovação da entidade.
Alguns dirigentes de clubes ficaram surpresos com a reação da Chapecoense já que tinha agradecido a iniciativa. Houve outros cartolas que assinaram o documento mesmo sem ter certeza de que o clube catarinense queria a medida. Há um consenso no grupo de que, se o time recusar a imunidade, ela perde o sentido.
Quem mostra clara contrariedade com a suspensão de rebaixamento é a CBF. Uma fonte da confederação diz que a medida não vai acontecer. Dirigentes da confederação, no entanto, evitam explicitar sua oposição aos clubes em público. Se a confederação barrar um maioria dos times, estará revogando a autonomia que deu a eles em 2015.
Desde o acidente, dirigentes da CBF têm conversado bastante com os da Chapecoense. Depois desse contato constante, o presidente do time catarinense, Ivan Tozzo, deu a declaração: "Isso não veio da CBF, não veio de ninguém oficial. A gente acha que isso é uma grande de uma besteira. Não existe. Quer a vaga? Joga no campo e garante. Eu posso te dar certeza que não existe essa regra", analisou.
Logo depois, cartolas da confederação anunciavam que a imunidade não ia acontecer. Uma mudança no regulamento pode causar um imbróglio jurídico para a CBF com questionamentos pelo Estatuto do Torcedor, embora os clubes rechacem que há impedimento legal.
Dentro do movimento dos clubes, há uma certeza de que o assunto vai voltar à pauta na reunião do Conselho Técnico que definirá regulamento do Brasileiro, em 2017. É ali que se saberá se a Chape de fato não quer a imunidade, se a maioria de clubes apoia a medida, e, mais importante, se a informação da CBF de que dava liberdade para os times para decidir as regras do Nacional era real ou para inglês ver.
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