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Rodrigo Mattos

Botafogo ataca Fla por contrato de TV do Estadual, e recebe resposta

rodrigomattos

21/12/2016 18h00

Ao comentar o contrato de televisão do Estadual do Rio, o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira, alfinetou o Flamengo com quem não tem relações. Acusou o rival de tentar uma posição hegemônica ao pedir uma cota maior do campeonato. O presidente Eduardo Bandeira de Mello rebateu e disse que seu time dá mais audiência do que os rivais, e por isso pede mais dinheiro. Isso ocorreu em Assunção, sede do sorteio da Libertadores.

O Flamengo é o único dos grandes que não assinou o contrato do Estadual do Rio de 2017. Alegou que não quer que o dinheiro passe pela Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), e pediu uma cota maior do que dos outros grandes. No momento, jogos do clube não passarão na emissora.

Pereira começou a falar do Flamengo quando discutia o Estádio Nilton Santos (Engenhão) e o Maracanã. Primeiro, deixou claro que não há relação entre os clubes. E depois explicou algumas das razões para isso:

"Acho que algumas coisa de posturas dos clubes precisam ser adequadas. Não dá para um clube querer se posicionar acima dos demais no Rio de Janeiro. Exatamente isso que está fazendo com que um clube (Flamengo) não tenha assinado o contrato de transmissão de tv do Campeonato Carioca. Esse clube quer ganhar mais do que os outros grandes. Quer inverter uma lógica que sempre dominou o campeonato carioca. Esse é problema."

Em seguida, o blog questionou Pereira que o Flamengo também reclamava que não queria que o dinheiro da TV Globo passasse pela Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro). "Existe uma questão verdadeira e existe uma cortina de fumaça que é essa segunda. A grande questão é a primeira que eles querem ganhar mais do que os outros grandes."

E completou: "Tenho certeza que não (existe possibilidade de retenção de cota pela Ferj). É uma coisa puramente financeira de uma visão hegemônica (do Flamengo) não justificada."

Questionado sobre a posição do Botafogo, Bandeira confirmou as exigências, e rebateu com ironias as afirmações: "Não se trata de hegemonia, não existe plano diabólico. Simplesmente, a nossa obrigação é procurar uma remuneração justa pelo que nós oferecemos."

Em seguida, explicou por que o Flamengo quer mais dinheiro:  "São demandas que não representam nada de excepcional. Demanda de um clube que sempre foi recordista de audiência de televisão. E demanda que passe diretamente pelo clube para evitar que se suprimisse parte da nossa cota sem saber por que? Em processo pouco transparente."

Bandeira confirmou que não haverá jogos do Flamengo na televisão se continuar como agora. "No momento, não tem acordo e se começasse o campeonato hoje não teria jogo do Flamengo na televisão. Não tem TV Aberta, pay, per-view. Mas estamos abertos a negociar algo que seja interessante."

Quando Bandeira chegou ao hotel, Carlos Eduardo Pereira passou por ele e os dois se cumprimentaram rapidamente. Não houve conversa entre eles.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.