Leco demitiu Ceni porque entendeu que elenco já não reagia às instruções
A diretoria do São Paulo demitiu Rogério Ceni porque avaliou que o elenco já não reagia às instruções do treinador e por isso ele era incapaz de se recuperar da crise. Essa foi a justificativa dada pelo presidente são-paulino, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, ao outros dirigentes do clube. A demissão gerou surpresa dentro entre seus pares.
Com Ceni, o São Paulo fez apenas dois pontos em 18 disputados nas últimas seis rodadas do Nacional, e foi para a zona de rebaixamento. Antes disso, vinha de uma sequência de eliminações no Paulista, Copa do Brasil e Sul-Americana.
Ainda assim, na semana passada, o diretor de futebol, Vinicius Pinotti, expôs um plano a longo prazo a conselheiros que incluía a permanência de Ceni. Todas as declarações públicas de dirigentes eram de apoio ao treinador.
Leco esteva na Ilha do Urubu onde chegou a ir ao gramado, recebido pela diretoria do Flamengo. Assistiu à partida do camarote onde viu um São Paulo que só se defendeu no primeiro tempo. Depois, na segunda etapa, teve um domínio de bola estéril. Ao final, Rogério disse que o jogo estava equilibrado até que o juiz errou a barreira e Guerrero fez gol de falta.
A partir daí, o presidente são-paulino ouviu alguns pares, mas chamou para si a decisão de demitir Rogério Ceni. Tanto que a notícia causou surpresa entre dirigentes que esperavam que ele teria mais tempo para seu trabalho.
Na noite de segunda-feira, o tom de Leco para conselheiros era diferente sobre Ceni. No encontro do Conselho de Administração, o presidente são-paulino disse que o treinador já não conseguia convencer os jogadores sobre suas teses e táticas. Assim, a sua avaliação era de que o treinador não provocaria uma virada no time, e só uma troca de comando poderia proporcionar isso.
Na avaliação da cúpula do clube, ninguém fica sem resultado ainda que seja triste a saída do ídolo. A opinião dos dirigentes tricolores é que o ex-técnico trabalhou muito, mas não foi capaz de tornar o time competitivo. Há críticas entre dirigentes a opções táticas do treinador como a escalação de jogadores fora de posição.
E há um temor entre dirigentes são-paulinos de que a crise com Ceni fosse se agravar com o São Paulo prolongando o tempo na zona de rebaixamento. Assim, poderia ser difícil recuperar-se.
A multa de R$ 5 milhões devida pelo clube em caso de demissão não foi ainda discutida entre a diretoria do São Paulo e Ceni. Ele teria direito à compensação se tivesse aproveitamento acima de 47%. Até agora seu desempenho era de 49,5%. Mas, no Brasileiro, estava bem abaixo disso com apenas 33,3% dos pontos.
Na realidade, o aproveitamento de Ceni só está acima deste patamar por causa de jogos do Paulista. E, com mais três derrotas, já teria perdido direito à multa.
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