Após erro bizarro, Corinthians vai pressionar por mudança na arbitragem?
O erro do auxiliar Paulo Almeida da Costa contra o Corinthians é grave: Jô estava atrás da linha da bola quando fez o gol anulado contra o Flamengo. A reclamação da diretoria corintiano contra a CBF é, portanto, justa. Mas será que os dirigentes estão dispostos a tomar posições que mudem de fato a péssima arbitragem nacional?
Desde que Marco Polo Del Nero assumiu a CBF, e antes com Marin, e antes com Teixeira, os erros se acumulam. Neste Brasileiro, eles não faltaram: o próprio Corinthians teve outro gol anulado de forma equivocada (Coritiba), e um pênalti a favor fora da área (Botafogo). O Flamengo já foi prejudicado por dois pênaltis não marcados (Coritiba e Palmeiras), e agora é beneficiado.
Houve outras arbitragens controversas na rodada (para dizer o mínimo) como Atlético-MG x Coritiba, Cruzeiro x Vitória e Grêmio x Santos. A CBF reconhece em sua análises semanais quase um pênalti ignorado por rodada. Na verdade, é muito mais. A entidade começou a ignorar seus erros na avaliação porque estava ficando feio.
Não é de hoje. Há dois anos, em 2015, escrevi neste mesmo blog pedindo que a CBF deixasse de controlar a arbitragem por que os erros se acumulavam. Em 2016, os erros se repetiram. E agora de novo.
Rodada a rodada os dirigentes reclamam da CBF, apresentam ofícios, dvds. Mas quem de fato questionou a legitimidade da confederação pela forma como controla a arbitragem?
O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, apoia a gestão de Del Nero. Quando houve ameaça de liga, fez questão de se posicionar ao lado da CBF. Quando o presidente da entidade tirou poder de votos de clubes, a diretoria corintiana foi convidada a protestar por outros clubes e se omitiu. Fez discurso contra Del Nero após perder Tite, mas na verdade esteve ao seu lado em todos os momentos em que importava.
E como a CBF gere a sua arbitragem? Seus árbitros são amadores ao contrário do que ocorre em ligas como a Premier League e a Bundesliga. Nestas competições, há poucos juízes muito bem treinados e pagos só para isso. Não como no Brasil em que o futebol é só a preocupação do final de semana para árbitros.
A arbitragem de vídeo está liberada para testes no Brasil para 2017. Não está em prática porque a CBF não quis gastar os R$ 15 milhões necessários para implantar o sistema. E vemos rodada a rodada as acusações de interferência externa (como fez o Santos sem provas no jogo contra o Flamengo). A Conmebol já avança para ter o vídeo nas semifinais da Libertadores.
Como já observou o Ministério Público do Trabalho, após estudo, a escala de árbitros da CBF não tem um critério objetivo. A entrada de Marcos Marinho no lugar de Sergio Corrêa na presidência da comissão de arbitragem não mudou essa realidade por mais que ele tenha boas intenções.
Diante de tantos erros, e por tantos anos seguidos, faz sentido deixar a arbitragem na mão da confederação? Há alguma perspectiva de mudança com um cenário amador, sem vídeo e sem investimento? O Corinthians está disposto a questionar essa estrutura e pedir uma mudança de fato? Ou pretende repetir o ritual de dirigentes brasileiros de enxugar gelo e reclamar do erro de hoje para esperar o de amanhã?
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