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Rodrigo Mattos

Liberação de Cássio para o Corinthians seria justa, mas paliativa

rodrigomattos

11/11/2017 04h00

Com a contusão de Walter, o Corinthians ficou sem seus dois goleiros em jogos importantes do Brasileiro já que Cássio está com a seleção. A CBF negou a liberação do jogador apesar do discurso de que pensa-sempre-nos-clubes. A liberação do goleiro seria justíssima, mas um paliativo porque resolveria um problema pontual sem tocar na questão central.

É cansativo, mas necessário repetir: o problema principal é o calendário da CBF que permite jogos de clubes em datas Fifa exclusivas de seleções. Não dá para tirar o goleiro do líder do campeonato na reta final da competição por três jogos, tivesse ou não Walter se contundido.

Claro, a lesão do goleiro reserva agrava a situação. Mas a liberação de Cássio certamente abriria um precedente para outros clubes pedirem a CBF que devolvesse seus jogadores porque um reserva tomou cartão ou se lesionou. Seriam pedidos igualmente justos.

Mas a confederação não está lá muito preocupada com justiça. Sua prioridade é preparação da seleção de Tite e, na realidade, se importa pouco com os clubes ainda que diga o contrário.

Até quando não pode obrigar os clubes a cederem os atletas, como ocorreu com Vinicius Jr do Flamengo no sub-17, a CBF tenta pressionar os times para priorizem a seleção. Além de pedidos, a comissão técnica da seleção foi a público se lamentar a falta de colaboração rubro-negra, sendo que, além do jogador ter uma lesão, o clube precisava dele no Brasileiro.

Caso se importasse com os clubes nacionais, já teria a tempos achado uma fórmula para reduzir o número dos jogos dos times grandes, a custa dos Estaduais. Assim, sobraria espaço para a seleção. Mas isso impede apoios políticos das federações que elegem Marco Polo Del Nero. De novo, sou aqui repetitivo e chato, mas porque o problema persiste, igualmente repetitivo e chato.

Então, segue o Corinthians sem Cássio, amanhã, será o Flamengo sem Diego, no outro dia, em seguida, o Grêmio sem Arthur. E por aí vai…

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.