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Rodrigo Mattos

Sul-Americana é turbinada por premiações, TV aberta e promoção

rodrigomattos

13/12/2017 04h00

Em sua campanha para ter suas competições fortes, a Conmebol tem turbinado a Copa Sul-Americana, seja em premiações, promoção e por uma natural exposição de televisão. É o que se percebe pelos dados da campeonato que será encerrado nesta quarta-feira com a final entre Independiente e Flamengo, no Maracanã.

A importância para a Conmebol de se promover a Sul-Americana é porque esta tem os seus direitos vendidos juntamente com a Libertadores para as televisões. Haverá uma concorrência feita pela IMG no início do próximo ano. A empresa fechou a acordo pelos direitos da confederação por US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 4,6 bilhões) por quatro anos e agora vai comercializa-los.

O campeão entre Flamengo e Independente levará US$ 2 milhões (cerca de R$ 6,6 milhões) , dois terços do prêmio dado ao Grêmio pelo título da Libertadores, Grêmio. Em comparação, a Uefa paga € 6,5 milhões (cerca de R$ 25,2 milhões) ao campeão da Liga Europa, e o vencedor da Liga dos Campeões fica com € 15,5 milhões (cerca de R$ 60,2 milhões) , mais do que dobro.

Haverá aumentos de premiação da Libertadores e da Sul-Americana para 2018, sem valor definido para esta segunda. A Conmebol ainda depende de aprovações para definir os montantes. Mas, no caso da Sul-Americana, há ainda cotas por participações na Recopa, que podem elevar os ganhos totais a mais de R$ 20 milhões.

Para além do dinheiro, a Sul-Americana teve uma exposição inédita em TV aberta no Brasil neste ano, o que aumenta seu potencial da comercialização. A Globo exibirá hoje com a final um total oito jogos do Flamengo em TV aberta, e já transmitiu outros quatro do Corinthians, no maior mercado que é o brasileiro. Isso não foi feito em 2016 porque a Chapecoense, que avançou no torneio, não tinha alcance nacional na época.

Para completar, a Conmebol tem promovido a competição de forma parecida com a Libertadores. Usará o árbitro de vídeo, cerimoniais de preparação antes do jogo, houve uma solicitação grande de ingressos de cortesia pela Conmebol, entre outros itens. Obviamente, esse tipo de evento não ocorreu em 2016 com a tragédia do voo da Chapecoense, que foi designada campeã pela confederação sul-americana.

A final terá um Maracanã cheio com a previsão de uma renda um pouco menor do que a primeira decisão da Copa do Brasil, entre Flamengo e Cruzeiro, que gerou R$ 7 milhões. Foram vendidos menos ingressos de visitantes para o Indenpendiente em relação ao time mineiro.

Há potencial para a Conmebol ganhar mais dinheiro com a Sul-Americana já que neste ano só foi vendida, por exemplo, uma placa de publicidade. Além disso, há a já mencionada venda dos direitos de televisão, que se tornam mais atrativas com audiências altas.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.