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Rodrigo Mattos

Flu negocia para acertar a rescisão e pagar jogadores da sua "barca"

rodrigomattos

06/01/2018 04h00

Antes de anunciar a barca de oito jogadores com os quais não conta para 2018, o Fluminense traçou uma estratégia para acertar com os atletas e minimizar os gastos com o encerramento dos contratos. A ideia é fazer acordos que envolvam pagamento de um valor à vista pela rescisão e realocamento deles em outros clubes.

Um empecilho é que houve mal estar com alguns jogadores pela forma como foi feito o anúncio de que estavam fora dos planos para estar temporada. Receberam um aviso uma hora antes do aviso à imprensa. Um exemplo entre os que não gostaram do tratamento foi o goleiro Diego Cavalieri.

Mas a estratégia da diretoria do Fluminense era não causar um problema no restante do elenco que iria ficar. Na cúpula tricolor, entendia-se que, se não tivessem avisados todos os dispensados em conjunto, todos os jogadores ficariam inseguros e com incerteza sobre o futuro.

Em paralelo, os dirigentes tricolores traçaram a estratégia para acertar a rescisão em seguida. Querem tentar arrumar um clube para cada jogador, o que já cobriria os salários a que ele teria direito. Além disso, o Fluminense já está fazendo propostas de valores a serem pagos à vista para efetivar as rescisões do contrato. As ofertas são para minimizar os gastos, e o clube já estima um valor para quitar todas as saídas.

Assim, o tricolor das Laranjeiras evitaria ter de pagar os contratos integralmente. Pela legislação, quando um jogador é dispensado, o clube tem que quitar todo o restante do acordo disponível. Se a estratégia funcionar, a economia com folha salarial será de R$ 20 milhões, já considerados aí os valores pagos pela rescisão.

Essa ideia já deu certo com o zagueiro Henrique. Sua ida para o Corinthians está praticamente sacramentada, segundo cartolas tricolores. O caso mais complicado é de Diego Cavalieri. Por enquanto, não há acordo em relação ao goleiro campeão brasileiro pelo Fluminense. Haverá reuniões durante a próxima semana para resolver o caso dele, quando os representantes do jogador esperam ter uma resolução.

Com a economia de R$ 20 milhões, o orçamento do Fluminense tem uma previsão de superávit operacional em 2018, isto é, o clube gastará menos do que arrecadou. Só no futebol o gasto será de R$ 46 milhões a menos em relação ao ano anterior. Mas, ainda assim, haveria déficit financeiro por conta das dívidas acumuladas.

A situação financeira do Fluminense é complicada por conta da gestão anterior -Pedro Abad foi eleito na mesma corrente de Peter Siemsem – e o clube tenta se enquadrar na regra do Profut. Em 2017, o rombo previsto era de R$ 70 milhões, mas que cairia com negociações de jogadores. As contas ainda não fecharam para saber o número exato.

 

 

 

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.