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Rodrigo Mattos

Conmebol fiscaliza bandeiras que atrapalhem patrocinadores na Libertadores

rodrigomattos

16/02/2018 04h00

A Conmebol decidiu apertar a fiscalização sobre bandeiras e marcas de clubes que atrapalhem os patrocinadores da Libertadores. Esse item foi incluído no regulamento da Libertadores e antes era previsto apenas em um manual de direitos. Isso afeta tanto adereços de torcedores quanto parceiros de clubes nos estádios.

As regras não chegam a ser novas, mas a confederação sul-americana decidiu levá-las mais a sério nesta edição da Libertadores-2018. O objetivo é justamente aumentar o valor dos patrocínios ligados à competição. Por isso, houve instruções especiais ao departamento de competições para ser cuidadoso no pente-fino nos estádios.

Pelo artigo 193 do regulamento da Libertadores, todos os clubes têm obrigação de deixar os campos limpos e tampar todas as marcas dentro do estádio, incluindo símbolos dos próprios clubes. É exigência para os times, mas, se estes não cumprirem, a própria entidade pode executar e cobrar deles pelo serviço.

No artigo 194, fica estabelecido que bandeiras e faixas de torcedores também não podem atrapalhar a exposição dos patrocinadores. Isso é particularmente preocupante em relação a estádios argentinos onde há os trapos de torcedores que espalham-se por todo o estádio.

"A Conmebol tem o dever de preservar a exposição de seus patrocinadores e para isso devemos tomar todas as medidas que forem necessárias. Isso é absolutamente normal, afinal de contas são os patrocinadores que investem na competição e o dinheiro é revertido aos participantes (clubes)", explicou o diretor de competições da Libertadores, Frederico Nantes, que é o responsável por aplicar as normas.

Houve, no entanto, uma flexibilização da parte da Conmebol. Marcas de patrocinadores externos ao estádio poderão ser mantidas e exibidas sem serem tampadas. É o caso, por exemplo, do nome Allianz Parque no estádio do Palmeiras que fica externamente. Foi uma concessão da confederação para atender os times.

Outra flexibilidade da Conmebol é em relação a eventos de patrocinadores de clubes no dia do jogo. Pelo regulamento, isso não está permitido na parte interna do estádio. Mas os times podem levar às demandas à Conmebol que analisará o que é possível fazer dentro das regras. O Grêmio, por exemplo, fez um pedido para atender um parceiro na final da Recopa Sul-Americana.

As mudanças nos regulamentos e novos procedimentos foram discutidos no Conselho da Conmebol que reúne as dez confederações dos países participantes. Depois, foram comunicadas aos clubes que, no sorteio, saíram da sede da entidade com todos os regulamentos e manuais para as competições. Descumprimentos podem levar a multas.

O modelo segue a fórmula da Liga dos Campeões, competição que melhor explora as fontes de marketing no mundo. Mas há adaptações porque o entendimento da Conmebol é de que o ambiente sul-americano é diferente do europeu.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.