Corinthians deixou de pagar R$ 78 mi do previsto em empréstimo da arena
O Corinthians pagou até agora apenas metade do previsto nas condições iniciais do empréstimo com bancos públicos para a construção da sua arena. O clube quitou em torno de R$ 82 milhões até fevereiro de 2018, segundo informações obtidas pelo blog. Pelo contrato assinado com BNDES e Caixa, deveria ter sido pago um montante em torno de R$ 160 milhões. O que deixou de ser pago será acrescido à dívida para frente, mas o clube não é considerado inadimplente porque o acordo inicial foi alterado.
Corinthians, Caixa Econômica Federal e BNDES assinaram um contrato de financiamento de R$ 400 milhões para a construção da arena para a Copa-2014 em novembro de 2013. Pelas condições estabelecidas, o valor da parcela iria diminuindo conforme o clube fosse pagando a dívida até ter um alívio depois de oito anos. Para isso, o Corinthians teria de pagar em torno de R$ 5 milhões em média por mês neste período, valor que iria descrescendo.
As parcelas começaram a ser pagas em julho de 2015, fim do período de carência. No início, o Corinthians vinha quitando regulamente os pagamentos até que parou de pagar em 2016 e depois renegociou para só cumprir parcelas reduzidas. Dificíl era saber quanto no total o clube tinha deixado de repassar aos bancos públicos.
Pois bem, em ação na Justiça Federal do Rio Grande do Sul que exige o dinheiro de volta, a Caixa informou que tinham sido pagos R$ 59,3 milhões do financiamento até maio de 2017. Depois disso, em outubro de 2017, o Corinthians fez um acordo com o banco e passou a pagar R$ 2,5 milhões por mês após assinatura de um aditivo. Ainda pagou quatro meses atrasados nesse valor. Assim, quitou R$ 22,5 milhões desde então.
Em resumo, o Corinthians pagou R$ 81,8 milhões até fevereiro, sendo que pelo contrato inicial tinha se comprometido a pagar em torno de R$ 160 milhões nesses 32 meses. O valor da parcela cheia agora estaria em R$ 4,8 milhões, montante que o Corinthians teria de voltar a pagar agora em março a não ser que obtenha novo alívio dos bancos públicos.
A ideia da diretoria corintiana é renegociar a dívida sem aumentar o prazo de pagamento que está previsto para 2028. Para isso, reduziria a parcela agora e aumentaria esta no futuro. Além disso, terá de acrescentar o que não foi pago. Isso significa que haverá valores bem mais altos a serem quitados no futuro, em trajetória contrária ao previsto no contrato inicial.
Questionado quanto faltava para quitar a dívida, Luiz Paulo Rosenberg, responsável do Corinthians por tratar da arena, limitou-se a responder: "Muito". Até maio de 2017, a dívida do clube com o BNDES estava em R$ 475 milhões.
A assessoria de imprensa do clube não respondeu a perguntas sobre o tema alegando não falaria sobre o processo da Justiça do Rio Grande do Sul. A maioria das questões feitas pelo blog não tinha relação direta com a ação. Ao assumir o Corinthians, o presidente Andrés Sanchez prometera transparência na questão da dívida da arena.
A Caixa se recusou a dar informações alegando sigilo bancário: "Esclarecemos que, por conta da Lei Complementar nº 105, de 10/01/2001, que dispõe sobre o sigilo das operações de instituições financeiras, não podemos prestar as informações solicitadas." A assessoria do BNDES não respondeu às perguntas enviadas pelo blog após dois dias úteis. A Caixa, Corinthians e BNDES afirmaram judicialmente que o empréstimo não tem inadimplência porque houve alterações nas condições iniciais do contrato por meio de aditivos.
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