Gigantes criam empresa no Brasil para negociar direitos da Libertadores
Agências responsáveis por comercializar a Libertadores, a Perform e a IMG criaram uma empresa no Brasil para negociar os direitos de TV e de marketing da competição de 2019 a 2022. Atuarão como representantes da Conmebol e os contratos serão feitos diretamente com a confederação. O tamanho das empresas revela o crescimento do dinheiro em volta da competição.
A Perform e a IMG ganharam no ano passado uma concorrência para comercializar os direitos da Libertadores. Sua proposta incluía uma mínimo de US$ 350 milhões anuais (R$ 1,1 bilhão), pela Libertadores e a Sul-Americana, mesmo que a venda de competição não gerasse essas receitas.
No modelo proposto, as empresas têm de fazer concorrências com televisões do Brasil e de outros países: a licitação já foi lançada. O objetivo é obter o maior valor possível pela Libertadores. Assim, a Perform e a IMG passam a ter direito a percentuais do contrato total se atingirem determinados patamares, tanto em relação à TV quanto a marketing da competição. Quanto mais ultrapassarem as metas, mais se aceleram seus ganhos.
Em novembro de 2017, as duas empresas decidiram criar uma joint venture (sociedade) no Brasil. Só que a Perform e a IMG pertencem a grupos tão grandes que precisaram pedir autorização ao Cade (Conselho Administrativo de Direito Econômico) porque ultrapassavam limites de renda previstos na legislação brasileira.
A Perform tem um valor estimado em 700 milhões de libras (R$ 3,2 bilhões), montante aproximado pago pelo Acess Group para comprá-la em 2015. Dono do Acess Group, o ucraniano Len Blavatnik é um dos 25 mais ricos do mundo segundo a lista da Forbes, com um total de US$ 20 bilhões, sendo seu grupo sócio de hotéis e empresas de mídia, entre outros negócios.
Já a IMG pertence ao grupo Silver Lake, com um total de investimentos de US$ 39 bilhões entre tecnologia, empresas de mídia e outros setores. A lei brasileira manda que seja submetido ao Cade a formação de conglomerados em que um dos sócios tenha faturamento acima de R$ 400 milhões e o outro acima de R$ 30 milhões dentro do país. Era o caso da junção desses dois gigantes.
O Cade entendeu que não havia problema no negócio específico relacionado à Libertadores e o aprovou. O tamanho dos sócios e a decisão de firmar uma sede no Brasil mostram como a competição passou a ter parceiros poderosos, com capital superior ao da Globo, maior compradora de direitos esportivos no país.
A agência recém-criada tem como objetivo "planejar, comercializar e administrar os direitos comerciais" relacionados às competições Libertadores, Copa Sul-Americana e Recopa. Sua concorrência para direitos de TV da Libertadores para o Brasil já foi feita, e está à espera das propostas da emissoras até o final de março. Outra concorrência será feita em seguida para a Sul-Americana.
Pelo acordo com a Conmebol, a nova empresa terá um grupo específico para lidar com as negociações dos direitos da Libertadores, seja marketing ou TV. Mas as agências, ressalte-se, não são donas dos direitos, atuando apenas como intermediadoras da Conmebol. Anteriormente, a confederação vendida os direitos e passava a não fazer parte do processo.
Nas gestões anteriores, contratos da Libertadores foram motivo de denúncia e investigação pela Justiça dos EUA por pagamento de propinas a dirigentes da Conmebol. Empresas como a Fox Sports compravam os direitos de televisão sem que houvesse concorrência por eles.
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