Arena da Baixada identifica torcedor violento e barra entrada de vetados
É comum ouvir de clubes ser impossível barrar a entrada de torcedores impedidos de frequentar estádios por ato violento ou que integrem torcidas organizadas. Mas isso já vem sido feito pelo Atlético-PR na Arena da Baixada por meio do sistema de biometria. O time ainda identifica torcedores com comportamentos impróprios individualmente e diz que os pune.
O sistema de biometria da Arena da Baixada foi implantado inicialmente no setor de torcidas organizadas em 2014. Expandiu-se para o estádio inteiro em setembro de 2017. Para entrar, o torcedor tem que estar cadastrado com suas impressões digitais registradas. Só assim acessa ao estádio.
"Quando vai comprar o ingressos, o sistema já identifica pelo CPF se há alguma restrição de acesso. Se houver, bloqueia", contou o gerente de operações do time paranaense, Fernando Volpato. Isso envolve checagem por vetos administrativos do Atlético-PR ou feitos judicialmente por algum ato violento. E o torcedor só pode entrar com o ingresso registrado em seu nome com sua digital e se a biometria identificar os cinco dedos na leitura.
O sistema também serve para identificar quem tenha cometido algum ato impróprio dentro do estádio. Pelas imagens internas, o rosto é verificado e é possível rastreá-la até sua entrada em uma catraca no estádio. A partir daí, a pessoa é identificada e pode sofrer punições como veto à entrada.
"A gente retroage a imagem até a passagem do torcedor. é muito fácil. Já aconteceu com frequência", explicou Volpato.
Existem entre 15 a 20 pessoas com punições administrativas impedidas de entrar nos jogos da Arena da Baixada. Além disso, há a lista cruzada com os impedimentos da Justiça do Paraná com base no Estatuto do Torcedor.
Uma das armas do sistema justamente é o cruzamento de dados com o sistema do Estado. O Paraná tem oito milhões de digitais cadastradas no seu sistema, o que pode ser acessado pelo Atlético-PR para facilitar o cadastramento. Quando a pessoa entra no site para se cadastrar, sua digital já aparece automaticamente. Volpato admitiu que, sem isso, seria mais difícil implantar o sistema em todo o estádio.
No Brasil, Grêmio e Internacional já instalaram biometrias também em seus estádios nos setores das organizadas. Ainda não estenderam para seus estádios inteiros. No Rio de Janeiro, há ordem da Justiça, suspensa, de se instalar o sistema. Dirigentes de Palmeiras, Corinthians, Flamengo, Paysandu e Federação de Futebol do Rio de Janeiro já foram conferir o sistema na Arena da Baixada.
Na visão de Volpato, a biometria já alterou o comportamento dos torcedores na Arena da Baixada. "Difícil quantificar (quanto caiu a violência). O que observamos é a mudança de comportamento do torcedor. Ele já chega de uma forma mais respeitosa por se saber vigiada", contou o gerente.
Na semana passada, em jogo diante do Londrina, houve uma polêmica em relação ao acesso de uma torcedora do time rival que acusou o Atlético-PR de mandá-la tirar a camisa e ficar de top. Isso porque vestia a camisa que formaria o nome de uma organizada. E adereços de uniformizadas estão vetados na Arena da Baixada por um incidente da torcida do Furacão no ano passado.
O gerente da Arena alega que só foi cumprido o protocolo do clube ao se comunicar a proibição. "As imagens mostram que não houve truculência ou constrangimento", disse. Segundo ele, 600 funcionários trabalham em jogos do Atlético-PR, e a revista é feita por segurança particulares sem participação da PM.
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