Fla tem queda de sócio-torcedor, muda programa e ingressos
O Flamengo teve uma queda de cerca de 20 mil membros de seu sócios-torcedores nos últimos três meses. Isso reforçou a intenção do clube de fazer mudanças no programa para recuperar associados para atingir a alta expectativa de arrecadação prevista para o programa. Deve haver impacto também na política de preços de ingressos com redução para alguns jogos.
Nas vésperas da final da Copa Sul-Americana, em dezembro de 2017, o Flamengo tinha 112 mil associados. Era o ápice de um ano em que passou a maior parte perto dos 100 mil sócios. Agora, em fevereiro, está em 92 mil de acordo com números do clube – a agremiação rubro-negra saiu do programa da Ambev (lá o registro de sócios é menor, mas está desatualizado).
"Sabíamos que entre novembro e fevereiro teria um número grande de associados, em torno de 30 mil, que estaria em época de renovação porque tinham aderido para Libertadores-2017. Com a punição da Conmebol, só vai voltar a ter jogo atrativo em abril. As pessoas que entram só para ir ao jogo não renovaram. Muitos disseram que iam esperar voltar os jogos", contou o vice-presidente de marketing, Daniel Orléan.
A falta de jogos com torcida da Libertadores, e o esvaziamento do Carioca, é o principal ponto de abandono. Mas o departamento de marketing identificou outros problemas: falta de um estádio, política de preços de ingressos para jogos de menor apelo, o sistema de atendimento do torcedor e as vantagens oferecidas ao membro que se associa, além de reclamações com política de diretoria.
"Falta um estádio, seja o Maracanã, a Ilha, ou estádio próprio. Prejudica muito. Não tem como vender pacote de longo prazo sem ter um estádio fixo", contou Orléan. Lembrou que, quando assumiu, eram 40 mil sócios e saltou para mais de 100 mil também calcado na volta do Flamengo ao Maracanã.
Sem ainda o estádio, a diretoria já adotou algumas medidas e vai tomar outras para recuperar os sócios. Talvez a principal mudança esteja ligada a benefícios para os sócios mais assíduos e mudança na política de preços. Ambos serão feitos, mas o formato está em discussão dentro do clube. "Não dependemos só de estádio. A questão da assiduidade terá benefícios para quem está sempre com a gente. Ainda vamos definir quais são porque não podemos travar o sócio OFFRio", disse o dirigente.
Outra questão é da redução do preço de ingressos para determinados jogos de menor interesse, como já se viu no Fla-Flu da semifinal da Taça Rio. Isso deve se repetir para jogos do Brasileiro que não sejam tão atrativos.
"Vamos dar estímulo. Conseguir mudar essa política de ingressos porque agora as metas (financeiras) de Sócio-torcedor e de bilheteria vão estar juntas", analisou o dirigente. Isso vai permitir que o clube baixe ingresso para atrair o sócio sabendo que está ganhando na outra ponta. "Houve precificação que não estimulou a presença de público quando o time não podia mais disputar o Brasileiro. Queremos botar estádio cheio."
A meta de arrecadação para o Sócio-torcedor do Flamengo para 2018 é de R$ 45 milhões, superior aos R$ 42 milhões de 2017. E, no ano passado, o clube tinha o patamar acima de 100 mil. Orléan informou ainda que as reduções de custos do programa vão aumentar a receita que sobra para o Flamengo. Isso se deve à saída do Programa Por um Futebol melhor.
"Estamos aproveitando para integrar o sistema do programa com a venda de ingressos que era separado", contou Orléan. "Vamos aumentar a rede de empresas associadas que dão vantagem para chegar a 10 mil e atender o OFFRio."
No final das contas, essas medidas todas são importantes na visão do dirigente, mas é essencial ter jogos grandes e o time vitorioso em campo. Recuperar o associado vai depender em grande escala desses fatores.
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