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Rodrigo Mattos

São Paulo aumenta em R$ 85 mi despesa com futebol e gasta como Fla

rodrigomattos

26/04/2018 16h16

Em seu balanço, o São Paulo registra um aumento em seu gasto com futebol de 31% durante o ano de 2017,  atingindo um total R$ 354 milhões. É um patamar similar ao do Flamengo um dos departamentos de futebol mais caros do país. O crescimento de investimento são-paulino fracassou em campo na temporada passada.

O aumento do gasto são-paulino foi possível graças à venda de um grande grupo de jogadores. Ressalte-se que foi sustentável já que o clube reduziu a dívida bancária e terminou com superávit no ano, R$ 15 milhões.

A questão foi a eficiência do gasto com o futebol. Pela contabilidade são-paulina, o aumento no gasto são-paulino com futebol foi de R$ 85 milhões, saltando de R$ 270 milhões (2016) para R$ 355 milhões (2017). Em comparação, o Flamengo registrou R$ 352 milhões de custo com o futebol no ano passado.

Do total de investimento, o São Paulo destinou R$ 118,5 milhões para pessoal e encargos, um aumento de 31%. Outros R$ 35 milhões foram para direitos de imagem. Essas são as despesas com salários e luvas do departamento de futebol. O próprio diretor financeiro são-paulino Elias Albarello disse que o clube tem folha similar às maiores do país com gasto mensal entre R$ 10 e 11 milhões por mês.

Além dessas despesas, cresceu a amortização que ficou em R$ 99 milhões, praticamente o dobro de 2016. Especialistas indicam que esse item deve ser contabilizado na despesas do futebol porque trata-se do custo que um clube teve para contratar ou manter um atleta quando é assinado um acordo. Quando ele vai embora, o valor é baixado.

E foram 11 vendas de jogadores pelo São Paulo no ano passado com um ganho líquido de R$ 165 milhões. Em compensação, o clube acumulou investimentos em contratações. Para se ter ideia, ainda tem que pagar R$ 12 milhões por Petros, R$ 5,5 milhões por Jucilei e outros R$ 5,9 milhões por Pratto. A vantagem é que o time são-paulino tem mais a receber do que a pagar em relação a negociações.

A situação financeira do São Paulo, portanto, melhorou com a redução das dívidas. Mas o modelo de venda de atletas para turbinar gastos com o futebol claramente não funcionou em campo. Basta lembrar que o clube não conquistou nenhum título, não obteve vaga na Libertadores pelo Brasileiro e nem chegou a alguma final das competições que disputou. Ou seja, o São Paulo tem atualmente um gasto no padrão da elite do futebol nacional e um rendimento bem abaixo disso.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.