Com renda alta, Palmeiras tem aumento de dívida de R$ 67 mi em 2017
Apesar da alta receita, o Palmeiras teve um crescimento de R$ 67 milhões na sua dívida líquida em 2017, atingindo um total de R$ 462 milhões em 2017. Esse valor subirá mais no início de 2018 com a inclusão de novos débitos com a Crefisa por mudanças contratuais. A situação financeira ainda está equilibrada por causa da forte receita e superávit.
A gestão de Maurício Galiotte tem se caracterizado por um crescimento das rendas, ligadas a patrocínio e bilheteria. E tem reduzido o débito total com o ex-presidente Paulo Nobre. A questão é que outras dívidas relacionadas à Crefisa tiveram incrementos.
A receita palmeirense em 2017 foi de R$ 504 milhões, maior do Estado de São Paulo e abaixo apenas do Flamengo após a venda de Vinicius Jr. Com isso, a dívida palmeirense que tem uma relação de 0,9 em relação a um ano de receita, o que é um indicador de que há capacidade de pagar as pendências. Houve superávit de R$ 57 milhões no ano.
Um levantamento da consultoria BDO mostra que o débito palmeirense foi o que mais cresceu entre os times paulistas nos últimos cinco anos, embora a receita tenha crescido também em ritmo forte. E há de se ressaltar que esse realidade desconsidera o débito do estádio do Corinthians. Considerada a arena, a dívida corintiana cresceu mais e é maior.
O débito alviverde cresceu principalmente por conta dos itens antecipação de contratos de publicidade e valores a pagar por negociações de jogadores. Neste primeiro item, houve um aumento de R$ 18,1 milhões para R$ 103 milhões em adiamentos de patrocínios.
O departamento de comunicação do Palmeiras esclareceu que esse aumento nas antecipações deve-se ao registro de investimentos feitos pela Crefisa em jogadores, e o clube considera que era apenas um débito contábil. Funciona assim: a empresa comprava propriedades de marketing do clube para que fossem contratados jogadores.
As operações são registradas como antecipação de receita de forma diluída pelo tempo de contrato, explicou o clube. Como aumentou o gasto com contratações, cresceram as antecipações e portanto o débito no balanço. Até o final de 2017, o Palmeiras não precisava devolver esses valores e por isso entedia que esse débito não pesava sobre o clube. A relação entre as partes se alterou neste ano.
Segundo o balanço, o efeito das mudanças contratuais entre Palmeiras e Crefisa só ocorreu no início de 2018. No final do documento, o clube conta que em janeiro houve a autuação da empresa pela Receita Federal por conta dos contratos com o clube relacionados a investimento em jogador.
"Por meio de aditivos contratuais celebrados, as partes passaram a reconhecer que os valores, tanto já recebidos quanto a receber, possuem características de empréstimos e, portanto, os saldos dessas obrigações deverão ser atualizados, bem como ser integralmente restituídos à Crefisa nas condições e prazos contidos nos correspondentes aditivos", explicou o balanço alviverde ao tratar de "eventos subsequentes" a 2017.
Um balancete de janeiro de 2018 a que o blog teve acesso mostra que a dívida salta até R$ 540 milhões com os novos valores da pendências com a Crefisa. Só no item de empréstimo a longo prazo houve um crescimento de cerca de 100 milhões neste mês – é o item onde se contabiliza a nova relação com a Crefisa.
Essas alterações de contratos têm sido questionadas no COF (Conselho de Orientação Fiscal) que não quer aceita-las. Portanto, há ainda discussão sobre o tema, embora a diretoria já tenha assinado aditivos dos contratos.
A Crefisa torna-se ainda mais forte no clube com o aumento da receita de publicidade e patrocínio. O clube arrecadou R$ 131 milhões com publicidade e patrocínio em 2017, quase o mesmo valor obtido com televisão.
Se a empresa ganha força, reduziu-se o endividamento com o ex-presidente Paulo Nobre. Em 2016, o total devido ao ex-dirigente era de R$ 124,7 milhões, o que caiu para apenas R$ 44,4 milhões ao final de 2017. Isso porque Galiotte transformou a quitação dos débitos em uma prioridade e pretende encerra-los neste ano. Atualmente, os dois estão em campos opostos na política do clube.
Como conclusão, o Palmeiras tem a renda operacional mais forte do futebol brasileiro, excluídas vendas de jogadores. Mas seu endividamento que, antes era baixo, subiu bastante com o investimento no futebol, incluindo o valor gasto com dinheiro da Crefisa.
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