Fla é mais um que erra ao priorizar Copa do Brasil ao Brasileiro
Durante a semana, o Flamnego decidiu escalar sua força máxima na quartas de final da Copa do Brasil e poupar três titulares na rodada do Brasileiro (Rever, Léo Duarte e Diego), em duas partidas com o Grêmio. Levou um bom empate fora no mata-mata e perdeu a liderança do Nacional para o São Paulo ao ser derrotado no final de semana em uma atuação ruim e sem intensidade.
É mais um clube que adota a estratégia de priorizar uma Copa em detrimento do campeonato mais importante de pontos corridos. Fizeram o mesmo o Grêmio no ano passado ao abdicar da disputa com o Corinthians, e o Cruzeiro tem optado pela mesma prática, entre outros times.
Trata-se de um equívoco porque as premissas desse plano não se sustentam. Primeiro, há um raciocínio de que é preciso brigar em todas as frentes. Bom, o única time que ganhou a Copa do Brasil e o Brasileiro de pontos corridos na mesma temporada foi o Cruzeiro em 2003. Nenhum venceu uma das competições nacionais e a Libertadores na mesma temporada.
Mesmo na Europa, onde a maratona de jogos é menor, a tríplice coroa é feito dificílimo ocorrido com o Bayern de Munique (2013) e o Barcelona (2015), clubes com elencos bem mais completos e com domínio amplo no seu país (caso dos alemães). Na América do Sul, é quase impossível. É preciso escolher, portanto, ou não se vai a lugar nenhum.
A opção pelo mata-mata costuma ser defendida com o seguinte racicínio: faltam apenas cinco jogos para a taça na Copa do Brasil e é possível recuperar no Brasileiro. O próprio técnico rubro-negro Maurício Barbieri afirmou que seu objetivo é manter o time entre os três primeiros, isto é, não pensava em manter a liderança a qualquer custo. Vê possibilidade de recuperar.
É um raciocínio que a realidade desmente. Os pontos perdidos no Brasileiro não se recuperam, assim como a chance de enfrentar um time reserva de um forte Grêmio fora. E, se o clube poupa nas quartas-de-final, vai também evitar titulares em outras fases e serão outras rodadas meia-boca. Então, poupar no Brasileiro, é, sim, priorizar o mata-mata e deixar de lado o Nacional.
O que não se justifica porque o Brasileiro é o campeonato mais importante do país, e o mais previsível para um time forte como se desenha o Flamengo nesta temporada. É nele que pode se ter certeza de que um futebol mais consistente leva ao título.
Equivoca-se quem pensa que a Copa do Brasil é mais fácil por ser mais curta. Essas cinco partidas têm forte elemento de aleatório, de acaso, porque são decididas em dois confrontos e possivelmente em pênaltis. Veja que o Grêmio foi eliminado por um Cruzeiro inferior em 2017. O mata-mata, portanto, deveria ser a aposta para times que não tem condição de vencer o principal campeonato.
Mesmo para o Grêmio, que está agora em terceiro lugar no Brasileiro, a opção é bem questionável porque o time tem condições de brigar pelo título caso se interesse por ele. Apresenta melhor futebol, por exemplo, do que o São Paulo. No caso gremista, há o elemento de a torcida gostar de Copas o que pelo menos torna compreensível a escolha de Renato, ainda que não seja o que se espera do planejamento mais lógico para a temporada.
Já no caso rubro-negro a escolha pela Copa do Brasil faz pouquíssimo sentido. O time era líder do campeonato, e a torcida gosta do Brasileiro competição que o clube já venceu seis vezes. É certo que o calendário da CBF não ajuda os clubes, mas, diante do cenário já posto, cabe a dirigentes e técnicos planejarem de forma inteligente seus recursos sob pena de acreditarem em ilusões e acabarem sem nada na mão.
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