Brasil e Argentina articulam-se para obter cotas maiores na Libertadores
O encontro entre dirigentes da CBF e da AFA nesta semana teve uma discussão de como seria possível obter cotas maiores para os clubes dos dois países na Libertadores (cuja edição atual tem final nesta sábado entre Boca Juniors e River Plate). Há a opinião em comum de que os times das duas nações deveriam ganhar mais por representarem marcas mais relevantes. O movimento, no entanto, certamente enfrentará a resistência dos outros países que têm maioria na cúpula da Conmebol.
As cotas da Libertadores são dividas de forma igualitária nas primeiras fases e dependem da classificação de cada time para as fases seguintes. É uma fórmula diferente da Liga dos Campeões onde há uma fatia de 40% distribuída de acordo com a força de cada mercado, sendo o restante dividido igualmente segundo o avanço a cada fase da competição. Ou seja, times dos países que geram mais receita de televisão faturam mais.
Para 2019, haverá um salto nas receitas da Libertadores com os novos contratos com a IMG/Perform: o mínimo garantido é de US$ 350 milhões (R$ 1,3 bilhão) por ano para a competição e a Sul-Americana. Neste ano, a renda prevista era de US$ 150 milhões (R$ 562 milhões).
Com isso, é certo que haverá um aumento de cotas dos clubes. A questão é como esse incremento será distribuído. Por exemplo, a primeira fase rende US$ 1,8 milhão (R$ 6,75 milhões) para cada clube, valor que poderia saltar para entre US$ 2 milhões e US$ 3 milhões.
A ideia de cartolas da CBF e da AFA é que, do valor que será ganho extra, uma parte poderia ser reservada para ser dividida segundo critérios de mercado. Assim, times como Boca Juniors, River Plate, Flamengo, Corinthians e Palmeiras, por exemplo, seriam beneficiados. Estima-se que o Brasil possa ser responsável por pelo menos um terço das receitas da Libertadores.
As duas confederações nacionais vão se mobilizar para falar com o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, em um movimento para atender pedidos dos clubes dos dois países. A questão é que uma nova divisão de cotas terá de passar pelo Comitê Executivo da Conmebol. No órgão, há um voto por país com dez no total, ou seja, Brasil e Argentina estariam em minoria. Só uma estratégia de convencimento dos outros pode ser eficaz no objetivo de obter cotas maiores.
Além dessa questão mercadológica, a Conmebol terá de decidir qual percentual da receita será efetivamente dada aos clubes. Atualmente, esse percentual gira em 70%, enquanto na Uefa é levemente superior com 73%. Mantido o percentual atual, seriam repassados US$ 245 milhões (R$ 919 milhões) aos clubes pelas duas competições.
A decisão sobre cotas e premiações deve sair nas reuniões do final do ano no sorteio dos grupos da Libertadores. Haverá um encontro prévio do Comitê Executivo no dia 23, na véspera da segunda partida da final entre Boca Juniors e River Plate.
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