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Rodrigo Mattos

Sob Bandeira, Fla tem menos título, mas desempenho um pouco melhor

rodrigomattos

02/12/2018 04h00

Às vésperas da eleição presidencial do Flamengo, uma das principais discussões gira em torno do desempenho esportivo do time na gestão do atual presidente Eduardo Bandeira de Mello. É fato que a atual diretoria teve bom desempenho administrativo, tirando o time do buraco o deixando em boa situação financeira. Mas esteve aquém em títulos em relação ao que se esperava. A questão é: o número de taças e desempenho piorou ou melhorou em relação à realidade anterior?

Para tentar responder essa pergunta, o blog levantou números e estabeleceu um método para o cálculo médio de títulos e desempenho da equipe atual em comparação com o passado. Os critérios, óbvio, sempre podem ser discutidos. Aqui, adotou-se parâmetros para tentar chegar a uma avaliação justa na minha visão.

Primeiro, o período de comparação adotado foi do desempenho do Flamengo a partir da década de 90, isto é, iniciando-se por 1990. Por que? Antes, a realidade do futebol brasileiro era totalmente diversa, Estadual valia tanto quanto Brasileiro, os campeonatos disputados eram diferentes, as rendas de clubes eram pouco significativas.  A partir de 90, foi construído o futebol brasileiro moderno próximo do que é atualmente.

Segundo, foram considerados como títulos apenas conquistas nacionais ou sul-americanas relevantes, ignorados os Estaduais. Assim, só foram incluídos o Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores e a segunda competição em importância do continente, que tem mudado de nome, Copa Conmebol, Supercopa, Mercosul e agora Sul-Americana.

Além dos títulos, foram avaliados mais dois critérios: desempenho no Brasileiro de pontos corridos e presença em finais que não resultaram em título. Esse primeiro critério se justifica porque os pontos corridos revelam de fato a eficiência do time. Não foi usado o dado de classificação à Libertadores porque aumentou o número de vagas durante o período, o que causaria uma distorção.

Como conclusão, o Flamengo sob Bandeira conquistou menos título em média do que ganhava anterior. Ao mesmo tempo, a equipe teve um desempenho esportivo superior ao que tinha nos anos prévios.

Há uma ressalva: quando o clube de fato teve mais dinheiro em caixa, o que ocorreu a partir de 2015, pode-se dizer que houve melhora significativa no desempenho no Brasileiro. Anteriormente, o Flamengo tinha investimento reduzido porque usava a maior parte do dinheiro para pagar dívidas. Dito isso, vamos aos números abaixo:

Títulos

1990/2012 – 5 títulos (2 Brasileiros, 2 Copa do Brasil, 1 Copa Mercosul)

Média: 1 título a cada 4,6 anos

2013/2018 – 1 título (1 Copa do Brasil)

Média: 1 título a cada 6 anos

Presença em finais sem título

1990/2012 – três vice-campeonatos (2 Copa do Brasil, 1 Supercopa)

Média: 1 final sem título a cada 5,75 anos

2013/2018 – dois vice-campeonatos (1 Copa do Brasil, 1 Sul-Americana)

Média: 1 final sem taça a cada 3 anos

Desempenho no Brasileiro de pontos corridos

2003/2012 – 574 pontos obtidos em 400 jogos –

Aproveitamento – 47,8%

Quatro vezes entre os cinco primeiros em dez anos

2013/2018 – 345 pontos em 228 jogos

Aproveitamento – 50,43%

Duas vezes entre os cinco primeiros em seis anos

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.