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Rodrigo Mattos

Libertadores 'inicia' para Brasil valorizada, gourmet e com nova cara na TV

rodrigomattos

06/02/2019 04h00

Imagem: Andres Stapff/Reuters

Com início nesta terça-feira para os clubes brasileiros, a Libertadores-2019 representa um marco em sua história: será mais valorizada para clubes e patrocinadores, mais gourmet em suas regras para torcida por questões de segurança, com uma nova cara na televisão e final única. É um primeiro passo para se transformar em global, embora exista o temor entre torcedores de perder sua personalidade.

Entre os brasileiros, o Atlético-MG foi o primeiro a jogar diante do Danubio. Ao ligar a TV, o torcedor pôde ver os gráficos com imagens da taça Libertadores no placar e nos anúncios de escalação, substituindo os que eram feitos pelas televisões.

Esse ponto talvez seja o mais importante para o torcedor: sua experiência de ver a Libertadores no estádio e na televisão vai mudar. No caso da televisão, a entrada da Facebook vai obrigá-lo a assistir a pelo menos um jogo da fase de grupo de seus times na internet. Se quiser, isso pode ocorrer na plataforma na rede social de seu time, o que o aproximará desse canal.

A Globo inicialmente teria apenas um jogo por rodada ao final da licitação. Houve uma renegociação e a emissora voltou a ter duas partidas. Mas terá de fazer rodízio com jogos dos principais times brasileiros, sem poder usar apenas partidas, por exemplo, do Flamengo.

A segunda questão pôde ser vista no jogo do Galo na Fox Sports: a cara da transmissão que passará ter um feed único de transmissões feitos por uma produtora da Conmebol. Por um lado, haverá perda de fatos jornalísticos porque a entidade já informou que vetará imagens que prejudiquem a competição como violência. Por outro, as imagens ganharão um padrão em todos os jogos, com gráficos e identidade da competição.

Em campo, houve um aumento de algumas proibições de elementos no estádio, como restrições ao tamanho de bandeiras. Há medidas para aumentar a segurança como a exigência de marcação de lugares, o que não implica em obrigação de todos ficarem sentados, para evitar superlotação. Estádios terão de se enquadrar no parâmetro da Conmebol sob pena de multa com retenção de cota de TV.

Para os clubes, aliás, o maior efeito foi o aumento das premiações vinda desde a fase inicial que saltou de US$ 1,8 milhões para US$ 3 milhões. No caso do campeão, o prêmio total alcança US$ 20 milhões, incluindo todas as fases e US$ 12 milhões só pelo título.

É fruto de um aumento expressivo do contrato de direitos de televisão que atingiu US$ 350 milhões por ano para Libertadores e Sul-Americana. Juntamente com ele, veio um aumento de exposição da competição pelo continente. Na estimativa da Conmebol, saltará de 60 milhões para 400 milhões o público que poderá acompanhar a competição.

Como símbolo desta nova Libertadores, está a final única em evento que ocorrerá em Santiago. Há reuniões prévias para o jogo até um ano antes da sua realização. A questão é se a Conmebol conseguirá executar as mudanças que a competição necessita para ser mais organizada sem perder a essência que a tornou emblemática no continente.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.