Falta bom senso a Felipão quando reclama de acerto do VAR
Em implantação nos Estaduais, o árbitro de vídeo tem passado por adaptações: ainda demora mais do que deveria, árbitros têm usado talvez em excesso e cometem um ou outro erro nas revisões. Mas o saldo é amplamente positivo: tem corrigido vários equívocos que passariam em branco e acertado bem mais do que errado. Isso fica demonstrado pelos jogos no final de semana.
Neste contexto, não faz sentido nenhum um técnico experiente como Felipão reclamar e até cogitar tirar o Palmeiras de campo por uma interferência acertada do árbitro de vídeo. Referia-se à anulação do gol de Deyverson no clássico com o São Paulo em lance em que ele está com um pé adiantado. Disse o técnico campeão do mundo:
"Sim (pensou em tirar o time). Hoje o lance, depois que foi mostrado, tinha um pé do Deyverson (adiantado). E o pênalti deu o quê lá? (no primeiro jogo) Tinha o quê? O julgamento do Moisés, a farsa que foi? Sabe como foi? Quem estava envolvido? Como foi o voto dos quatro jogos? É uma vergonha", disse o treinador alviverde. Depois, ele reclamou da inutilidade das decisões do bandeira.
Ora, o que Felipão esperava? Queria que o árbitro de vídeo se omitisse e deixasse o Palmeiras ganhar com o um gol irregular para garantir-o-poder-do-auxiliar? Ou queria que o árbitro da semana anterior abrisse mão do VAR que constatou a inexistência do pênalti em Dudu? O conceito de justiça de Felipão parece ser que as regras se adaptem a sua conveniência.
A disputa do Palmeiras com a FPF (Federação Paulista de Futebol) é outra questão em que o clube tem razão em parte de suas demandas. De fato, o tribunal da FPF comprometeu sua isenção para julgar casos do Palmeiras quando seu presidente, Antônio Olim, deu declarações debochando de reclamações do clube. E o julgamento de Moisés tem problemas como já mostrado pelo UOL.
Mas isso tinha pouca relação com o jogo deste domingo em que o Palmeiras foi eliminado. E tinha menos relação ainda com o VAR que, na verdade, só errou uma vez contra o clube alviverde no lance de mão em gol do Novorizontino – e não era um fácil de ver. Foi a própria agremiação que insistiu para que houvesse VAR no Paulista em demanda elogiável. Agora reclama quando ele age corretamente?
Aliás, as rodadas de final de semana foram boas para o VAR. No sábado, o Fla-Flu talvez tenha representado seu caso mais problemático. Houve uma anulação de gol do Flamengo em choque de Léo Duarte com o goleiro Rodolfo, em decisão, na minha visão, acertada. O lance é discutível. Mas o VAR não interferiu em erro do árbitro que anotou impedimento em lance que Uribe entraria na cara do gol. E houve uma decisão discutível de manter Gilberto em campo depois de dar cotovelada em Renê – é uma questão de critério do árbitro.
Mas, no domingo, o VAR pegou um pênalti não visto para o Vasco diante do Bangu, anulou dois gols no clássico paulista e interferiu em dois lances de gol no jogo do Atlético-MG. Todas as decisões foram corretas e evitaram erros que teriam influenciado no placar.
Sim, há ajustes a serem feitos no tempo de decisão que se estendeu por três minutos em São Paulo no lance de Deyverson. Mas isso é normal em um projeto que está começando. A principal questão é que técnicos como Felipão têm que entender que ficou comprometida a muleta de falar mal da arbitragem em derrotas. Haverá ainda lances duvidosos, ok. Só que serão em menor número. Neste cenário, reclamar de acerto do árbitro é se expor ao ridículo.
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