Topo

Rodrigo Mattos

Contrato de clubes e Globo para Brasileiro incluiu exploração de apostas

rodrigomattos

17/05/2019 04h00

Uma renegociação dos contratos entre clubes e Globo para o Brasileiro incluiu algumas propriedades como a exploração de transmissão em site de apostas. As conversas, ocorridas no final do ano passado e no início de 2018, tiveram como objetivo detalhar os acordos feitos em 2016 para TV Aberta, pay-per-view e TV Fechada. Assim, houve pedidos dos clubes e da emissora até se chegar a um formato final.

O blog apurou que clubes e Globo assinaram naquela primeira negociação um documento mais simples com poucas páginas. Havia ali o compromisso de venda de direitos de TV Aberta e pay-per-view e TV Fechada, em alguns casos, com a divisão do dinheiro estabelecida.

Com a proximidade do Brasileiro-2019, em que os contratos valeriam, as partes sentaram para discutir os termos detalhados, garantias, valores. Então, a Globo pediu a inclusão de pontos como detalhamento maior do Cartola FC e da possiblidade de streaming do ppv.

Neste contexto, a emissora reivindicou que entrasse a previsão de transmissões em sites que disponibilizassem apostas. Seria uma forma também de garantir que outra empresa não explorasse essa propriedade porque isso iria ferir os direitos de exclusividade da emissora.

As apostas esportivas estão aprovadas no Brasil em mudança da legislação, mas ainda não estão reguladas. Assim, a Globo ainda não pode explorar a propriedade. Não há uma estratégia clara do que a Globo pretende fazer com esses direitos, se vai lançar um site neste sentido.

Da parte dos clubes, houve a reivindicação que fosse melhorado o fluxo de pagamentos da emissora. Isso porque quase todas as parcelas se concentravam no segundo semestre quando são recebidos direitos de pay-per-view, premiação por posição e por exibição. A Globo aumentou pagamentos no primeiro semestre para avaliar o caixa dos clubes.

Nem todos os clubes assinaram acordos iguais em relação a apostas e outros itens. Mas a maioria já acordou os termos dos contratos com a emissora, pelo que o blog apurou. Outra questão renegociada foi a retirada de garantia mínima de ppv para certos clubes em troca de a Globo dar aval para empréstimos, além de discussões sobre as pesquisas do pacote de assinantes que determina a distribuição do dinheiro.

São normais as negociações posteriores de contratos de transmissão cuja base foi acordada anos antes.  Isso ocorreu também na Libertadores. Para aceitar a inclusão de novos itens, os clubes que foram mais duros nas negociações pediram contrapartidas, e alguns aceitaram de pronto.

A discussão da inclusão de possibilidade de uso das imagens para apostas foi discutida também na venda dos direitos internacionais do Brasileiro, em concorrência feita pela CBF. Inicialmente, os clubes excluíram essa possibilidade após proposta do fundo Prudent. Depois, a empresa vencedora Sport Promotion tentou enfiar isso no acordo com o apoio da CBF. Ao final, o processo de licitação fracassou.

Os direitos não são coincidentes com os da Globo já que só seriam explorados em sites fora do país, e há mecanismos para bloquear os vídeos por regiões.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.