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Rodrigo Mattos

Gestor do Maracanã, Fla aumenta seu lucro e já leva R$ 860 mil por jogo

rodrigomattos

17/07/2019 12h00

Após assumir a gestão do Maracanã ao lado do Fluminense, o Flamengo aumentou seus ganhos com bilheteria ao reduzir a mordida das despesas com a operação dos jogos da época da Odebrecht. Em cinco jogos em competições nacionais, ficou em média com 41% da renda e conseguiu R$ 860 mil em média por jogo. A diretoria rubro-negra atribui o aumento a renegociações de contratos

Flamengo e Fluminense assumiram o Maracanã em abril. Isso aconteceu na semana da final do Estadual do Rio entre rubro-negros e vascaínos que não foi considerada nesta conta porque não houve tempo para implantar medidas de gestão no estádio.

A partir daí, o Flamengo jogou quatro vezes pelo Brasileiro e uma pela Copa do Brasil no Maracanã. Nesses jogos, somou uma renda de R$ 10,4 milhões. Como sobra, houve uma sobra de R$ 4,3 milhões sem considerar bebidas e camarotes. Ou seja, 41% do total ficou com o clube, o triplo do percentual do ano passado.

Para efeito de comparação, o balanço financeiro de 2018 registra que o Flamengo conseguiu ficar com apenas 14% do que arrecadou em seus jogos, a maioria deles realizado no Maracanã com administração da Odebrecht. Considerando apenas o Brasileiro -para a comparação ser mais precisa já que o desconto da Ferj é menor – apenas 13% da renda foi para os cofres rubro-negros em 2018, sendo o restante consumido por despesas e aluguel.

Entre o que gerou o aumento de renda, foi a queda no valor do aluguel que foi para R$ 90 mil. Antes era de R$ 150 mil e abocanhava um percentual maior em rendas infladas. Além disso, houve queda nas somas de despesas operacionais e contas consumo, embora ainda estejam altas.

A diretoria do Flamengo entende que o crescimento da renda líquida é resultante da retirada do "custo Odebrecht". De um lado, o clube renegociou contratos com fornecedores para reduzir valores. Do outro, despesas postas pela empreiteira tinham custos inflados. Ressalte-se que o clube rubro-negro e o Fluminense já faziam as operações dos jogos, mas dividiam receitas com a empresa de bebida e camarotes.

Sem o consumo de bebidas, o Flamengo lucra em torno de R$ 15,00 por jogo. Na primeira partida da temporada – verdade que com ingressos mais baratos -, o clube levou menos de R$ 1,00 por torcedor.

Nesses cinco jogos com a gestão do Maracanã, o clube cobrou em média R$ 38,00 por ingresso, atraindo 54,806 mil pessoas a cada partida. Foram incluídas as gratuidades nessa conta para não distorcer o preço médio do bilhete.

Ressalte-se que os 41% de renda líquida do Flamengo ainda estão abaixo de outros estádios mais eficientes na operação dos jogos. Em arenas mais baratas, e com custos cortados, o lucro deve girar em torno de dois terços da renda total, isto é, 66%. Ou seja, caso prolongue sua gestão no Maracanã, o clube rubro-negro tem espaço para aumentar consideravelmente seus ganhos no estádio.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.