Empresa ligada a propina vende R$ 24 mi em pacotes de luxo da Copa América
Os jogos da seleção na Copa América geraram R$ 24 milhões na venda de pacotes de luxo com ingressos e serviços. Quem comercializou esse tipo de bilhete foi o Grupo Águia, cujo dono é acusado de intermediar propina para cartola da CBF. Os ganhos com os ingressos premium serão divididos entre a empresa e a Conmebol.
A Conmebol diz ter realizado uma licitação para escolher quem exploraria a venda de pacotes de luxo. Como revelou o blog, o Grupo Águia, que já prestara o serviços na Copa-2014, foi o escolhido. Ao site "Globo Esporte", a Conmebol informou que só houve dois interessados e que fechou com o Águia com riscos e ganhos divididos – não houve pagamento de luvas.
A empresa é do grupo de Wagner Abrahão, que tem negócios com a CBF desde a época de Ricardo Teixeira. No processo conhecido como "caso Fifa", na Justiça dos EUA, a procuradoria norte-americana apontou que duas empresas dele com sede em paraísos fiscais na Europa intermediaram o pagamento de propina para o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Os subornos eram relacionados justamente a contratos da Copa América.
Um executivo do Grupo Águia fez visitas à Conmebol desde o ano passado e teve encontro com o presidente da entidade, Alejandro Dominguez, segundo apurou o blog. A empresa também tem bom relacionado dentro da CBF onde providencia serviços de transporte há cerca de 20 anos.
Além dos pacotes de luxo, a empresa levou também os serviços de logística da Copa América, transportes de times e dirigentes em aviões fretados. Esse serviço pode gerar ainda mais dinheiro que os ingressos premium visto que houve viagens por cinco sedes.
Na política de ingressos, a Conmebol estabeleceu valores altos na tabela de ingressos para cobrir despesas da competição. Os pacotes negociados pelo Grupo Águia tinham preços ainda mais elevados.
Na final entre Brasil x Peru, a média de um ingresso negociado pela empresa foi de R$ 3 mil. Só neste jogo a empresa garantiu R$ 10,860 milhões em faturamento com venda de pacotes. Ou seja, o valor com pacotes de luxo representou mais de um quarto da renda da decisão que ficou em R$ 38 milhões.
Além dos ingressos, os pacotes incluem serviços de transporte para o estádio e comidas e bebidas, cuja qualidade depende do programa envolvido. Os lugares eram em camarotes ou em assentos no meio do campo da categoria 1.
Somados os outros cinco jogos do Brasil, o total arrecadado pelo Grupo Águia atingiu R$ 24 milhões. Houve ganhos em outras partidas da Copa América, mas em montantes bem menores – alguns jogos sequer tiveram venda de pacotes de luxo. No total, houve arrecadação de R$ 215 milhões com ingressos da competição, bem acima da meta estipulada pela Conmebol.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.