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Rodrigo Mattos

Quedas de Palmeiras e Fla mostram que não se planeja ano por mata-mata

rodrigomattos

18/07/2019 04h00

Maiores receitas do Brasil, Flamengo e Palmeiras iniciam todas as temporadas com a obrigação de conquistar títulos. E não é incomum que seus técnicos optem por times principais nos mata-matas, e poupem no Brasileiro. Mas as quedas das duas equipes na Copa do Brasil mostram que não se planeja temporadas pensando em torneios eliminatórios.

Primeiro, ressalte-se que Athletico-PR e Internacional mereceram as suas vagas nas semifinais. O time paranaense foi melhor em Curitiba, e pelo menos resistiu ao domínio do Flamengo no segundo jogo. De saldo equilibrado, foi superior nos pênaltis.

Já o Inter jogou melhor no segundo jogo diante do Palmeiras e ainda teve um gol bizarramente anulado pelo VAR, de Cuesta, tento que lhe daria a vaga sem pênaltis. Ou seja, as vagas refletiram o que ocorreu em campo.

Por que? Não há desnível grande no futebol brasileiro, embora exista, sim, elencos mais talentosos e fartos como os rubro-negros e palmeirense. Nos pontos corridos, esses grupos mais qualificados pesam. Nos mata-matas, é muito mais fácil igualar a disputa quando se têm times consolidados e bem treinados como Inter e Athletico-PR.

Talvez faça sentido planejar a temporada pensando em mata-matas quando se tem um time sem corpo suficiente para disputar o Brasileiro. Não quando se tem o grupo mais forte como Flamengo e Palmeiras que podem apostar no campeonato mais previsível – talvez o Grêmio também se encaixe nesta tese.

Ainda assim, no ano passado, o Palmeiras ganhou o Nacional no ano passado apesar de ter apostado mais nas Copas onde escalava o seu time principal. E o mesmo fez o Flamengo quando houve um aperto em 2018.

Neste ano, mais uma vez, o ex-técnico rubro-negro Abel Braga pensava em botar reservas no Brasileiro pela Copa do Brasil, o que inclusive gerou conflito com a diretoria que deu instrução contrária. O técnico foi demitido e o clube refez sua temporada na janela com Jorge Jesus estreando no mata-mata. Felipão segue sendo mais copeiro do que fã dos pontos corridos apesar da liderança do Nacional.

Lembremos que ambos os times já eram os mais ricos em 2018 e ficaram nas semis da Copa do Brasil. O torneio, competição de maior premiação para os times brasileiros, deu portanto mais uma lição aos clubes mais ricos do país de que dinheiro não é tudo na imprevisibilidade de seus 180 minutos.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.