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Rodrigo Mattos

Como fica renda de TV do Flu se for rebaixado: prejuízo mínimo é R$ 61 mi

rodrigomattos

04/09/2019 04h00

Na 18ª posição no Brasileiro, a seis pontos da última equipe fora da zona, o Fluminense é o time tradicional mais ameaçado de rebaixamento do torneio. O blog apurou como ficaria a renda de TV do clube em caso de descenso, já que acabou neste ano a salvaguarda da Globo para clubes na Série B. No caso tricolor, o prejuízo mínimo é de R$ 61 milhões.

Pelo acordo com a Globo, qualquer time rebaixado passa a ter o direito à cota fixa do campeonato da Série B: R$ 6 milhões líquidos, mais outros R$ 2 milhões que são usados em logística. O contrato prevê uma alternativa. O clube pode abrir mão dessa cota em troca de manter os seus direitos sobre pay-per-view. Isso vale para todos.

Para decidir o que é mais vantajoso, um clube como Fluminense teria de levar em conta a fatia de sua torcida dentro do cadastro do pay-per-view e o valor arrecadado pela Globo (atualmente, está em torno de R$ 550 milhões). Pela última pesquisa Datafolha, o clube tem 1% da torcida nacional, mas essa porção inclui 22% sem time. Desconsiderando esses e arredondando para cima, temos um percentual de 1,5%.  O Fluminense então teria um valor em torno de R$ 8,25 milhões a receber pelo pay-per-view.

A ver se a fatia da torcida no cadastro do PPV é igual ao da população. Mas o levantamento do cadastro, em geral, não tem grande disparidade com pequisas. Assim, o Fluminense poderia escolher entre a cota fixa e esse valor variável.

Pois bem, para efeito de comparação, precisamos calcular o valor a ser recebido pelo Fluminense na atual temporada. É preciso lembrar que 40% do dinheiro é dividido igualmente, 30% depende da exibição da TV e 30%, da posição no campeonato. A cota fixa é de R$ 22 milhões para todos os clubes.

No caso de exibição, o Fluminense teve oito jogos exibidos entre TV aberta e fechada no primeiro turno. A se repetir isso no segundo turno, leva outros R$ 17,2 milhões neste item. Se ficar na 16ª posição no Brasileiro, escapando da queda, fica com premiação de R$ 11 milhões por posição.

Assim, a perda de receita de TV seria de R$ 50 milhões para 2020, excluído aí o pay-per-view, que seria mantido. Além disso, se for rebaixado, o Fluminense teria cota zero de premiação neste ano, como todos os outros times que caem, isto é, no mínimo mais R$ 11 milhões. Assim, seu prejuízo total com a queda seria de pelo menos R$ 61 milhões.

O blog tentou contato com a diretoria tricolor para saber se havia uma avaliação sobre os impactos financeiros sobre o clube, mas não obteve resposta. A cota de TV é a principal receita do Fluminense, como demonstra o balancete deste ano e do ano passado. O clube ganhou R$ 43 milhões em 2019 neste item até o meio do ano, e outros R$ 113 milhões no ano passado.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.