Ferj vê ameaça de colapso por crise de clubes, e critica nova cota da TV
Dos quatro grandes clubes do Rio, três deles vivem graves crises financeiras, Vasco, Botafogo e Fluminense, sendo a única exceção o Flamengo. Preocupado, o presidente da Ferj, Rubens Lopes, vê a possibilidade de um colapso que afete o Brasileiro da Série A. Ele criticou a nova distribuição das cotas de TV do Brasileiro por acentuar o problema.
A nova divisão de receitas de televisão do Nacional acabou com as cotas fixas e transformou as em parcelas variáveis. Agora, do total do dinheiro da Globo, 40% é dividido igualmente, 30% por colocação e 30% por exibição. A Turner distribui 50% igualmente, 25% por posição e 25% por audiência. A maioria dos recursos entra no segundo semestre, o que reduz verbas na primeira metade do ano.
"É uma situação cômoda transferir a culpa só para os clubes. Tem mais 10 clubes da Série A com problemas. Esse critério de divisão de receitas de televisão foi um grande equívoco. Imaginava-se que todos partiriam da mesma situação quando não eram iguais", afirmou o presidente da Ferj, Rubens Lopes, lembrando que nem todos os clubes têm gastos iguais. "Isso reduziu o fluxo de caixa dos clubes."
A distribuição de dinheiro da TV concentrado no primeiro semestre foi avisada após a negociação de televisão no início de 2016. Os clubes tiveram três anos para se adaptar, mas acumularam déficits neste primeiro semestre.
Fluminense e Vasco ficaram no vermelho nas contas, e atrasaram salários durante todo o ano – o tricolor recentemente quitou alguns meses. O Botafogo não divulgou balancete, mas tem a situação talvez mais caótica com dois meses de atrasos e sem dinheiro até para pagar água.
Outra reclamação de Rubens Lopes é em relação ao Profut. Ele diz que o programa era ilusório porque começava com parcelas pequenas que agora cresceram. Os aumentos das parcelas foram necessários porque só assim se quitaria as altas dívidas dos clubes. O início do programa com parcelas menores foi para aliviar os times.
A crise financeira dos times do Rio tem afetado também a Ferj pois clubes da Série A têm deixado de pagar taxas de jogos. A entidade tem entendido a situação e administrado com uma contabilidade com os clubes. Só o Flamengo tem pago com regularidade todas as taxas. Lopes defende as taxas – que variam de 5% a 10% por jogo – como forma de subvencionar o futebol de séries menores.
"Séries B e C não pagam nenhuma taxa. Feminino também não. São todos subsidiados", contou. "Tem clube da Série A que não está pagando as taxas também. Fica como dívida."
Para Lopes, é preciso juntar todos os entes, clubes e federações e CBF, para discutir a crise financeira dos clubes e buscar medidas urgentes. "O caso é muito grave e se medidas emergenciais não forem adotadas o risco de colapso é eminente porque a asfixia financeira já atingiu limites insuportáveis e o Campeonato Brasileiro da Série A pode não acabar".
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