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Rodrigo Mattos

Clubes e Globo discutem pagamentos e fatia menor do pay-per-view

rodrigomattos

21/09/2019 04h00

Em São Paulo, nesta sexta-feira, a Globo e clubes das Séries A e B estiveram reunidos em uma espécie de encontro institucional entre parceiros comerciais. Na palestra de executivos da emissora, houve questionamentos de dirigentes sobre as datas de pagamentos e uma fatia menor do pay-per-view do que a prevista inicialmente. Isso ficou de ser debatido para se decidir se haverá mudanças.

Este ano marcou a mudança no modelo do contrato de televisão dos direitos do Brasileiro. O dinheiro da TV Aberta passou a ser distribuído por critérios de igualdade, posição e exibição. E houve alteração no cronograma de pagamentos que ficou mais concentrado no segundo semestre, principalmente a fatia do pay-per-view.

Assim, a Globo entendeu que a reunião serviria também para ouvir reclamações dos clubes para, se necessário, fazer ajustes no modelo. O ambiente foi pacífico, mas os dirigentes indicaram pontos incômodos.

O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, questionou por que só tinha recebido o primeiro pagamento de ppv no meio do ano. Há outros clubes incomodados com o cronograma de pagamentos que gerou déficits e atrasos de salários no primeiro semestre. E há perguntas sobre por que só seriam pagos 7 meses de ppv em vez de nove meses neste ano.

O chefe do setor de esportes da Globo, Roberto Marinho Neto, respondeu que a emissora não era banco, e não retinha dinheiro. E foi colocado por executivos da empresa que serão pagos nove meses de ppv, mas alguns meses serão quitados no início do próximo ano. Ficou de se discutir se deveria haver ajustes para o futuro.

Em sua palestra, a Globo ressaltou a nova plataforma de venda de ppv direta por meio da internet (OTT), sem operadora de TV Fechada. O representante do Palmeiras questionou o fato de, pelo contrato, esse ppv ter uma receita menor do que a comercializada pelas operadoras.

Pelo acordo, no pacote vendido pela NET e Sky, os clubes ficam com 38% do total. No pacote vendido diretamente pela Globo, as agremiações ficam com apenas 50% da receita líquida, o que dá 25% do total. Ou seja, haveria queda considerável de arrecadação para os clubes se houvesse a migração de assinantes de uma plataforma para outra.

Executivos da Globo ficaram de estudar essa questão e responder aos clubes sobre a situação. Por enquanto, isso não tem impacto grande porque são poucos assinantes na venda direta (OTT). Mas, se isso aumentar, os clubes sentiriam o efeito.

Outra discussão levantada por clubes que estão na Série B ou ameaçados de rebaixamento foi sobre o fim da salvaguarda quando há a queda, ou seja, quem cai tem que receber a cota de Série B. Mais um questionamento foi que os quatro últimos colocados da tabela não recebem cotas por posição. Por enquanto, não há previsão de mudanças nestes pontos.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.