Por que a Libertadores mais rica explica uma semifinal como Fla e Grêmio
A Libertadores-2019 é a primeira com salto de receitas por conta dos novos contratos de televisões. As premiações dos clubes tiveram incremento igualmente. E, em paralelo a este cenário, passa a haver um domínio das agremiações mais ricas do continente com semifinais como Flamengo x Grêmio, e River Plate x Boca Juniors. É um processo que ocorreu na Europa com a Champions onde as zebras passaram a rarear com o fortalecimento financeiro da competição.
O aumento das receitas da televisão ocorreu com a primeira concorrência pelos direitos que foi ganha pelo consórcio IMG/Perfom. Foram destinados US$ 350 milhões por ano para adquirir a Libertadores e a Sul-Americana que depois foram repassadas a veículos como Globo, Facebook, Fox Sports, DAZN.
Como consequência, a premiação para clubes passou a US$ 161 milhões (R$ 657 milhões), com aumento de 50% sobre o ano passado. O vencedor entre Flamengo e Grêmio, por exemplo, já garante US$ 6 milhões (R$ 24 milhões) se for vice-campeão da Libertadores, e outros US$ 12 milhões (R$ 48 milhões) se for campeão.
Além de tornar a competição ainda mais atrativa, as premiações crescentes aumentam um abismo entre clubes mais ricos e mais pobres já que estes se classificam mais ao torneio. Isso ocorre em paralelo a agremiações como Grêmio, Flamengo, River Plate e Palmeiras terem se estruturado para alavancar receitas em seus mercados internos, seja com televisão, com patrocínio ou com sócios-torcedores.
No ano passado, as semifinais já tiveram apenas clubes mais ricos e tradicionais, com os mesmos River e Boca, além de Grêmio e Palmeiras. Agora, em 2019, é o segundo ano seguido que os quatro postos nas fases mais agudas do campeonatos são ocupados por times desse quilate e investimento. Anteriormente, havia jogos entre grandes brasileiros e argentinos nas fases finais, mas de forma menos frequente.
Se analisarmos as semifinais dos cinco anos anteriores, havia zebras constantemente, sejam times de porte menor financeiro da Argentina, sejam equipes de países de menos recursos. Foram agremiações como Bolivar, Defensor (Uruguai), Nacional (Paraguai), Guarani (Paraguai), Lanús e Independiente Del Valle.
Obviamente, equipes como estas continuarão a conseguir vagas eventualmente nas semifinais da Libertadores. Mas a sinalização desses primeiros anos da "nova Libertadores" mostra uma tendência de repetir o processo da Champions e se tornar mais restrita a determinados clubes mais ricos, com algumas zebras esporádicas.
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