Com ganho similar ao Fla, Corinthians tem fatia bem menor de torcida no PPV
Para a temporada de 2019, os contratos de direitos de TV Aberta e Fechada do Brasileiro estabeleceram distribuição dos recursos por critérios por igualdade, posição e exibição. O dinheiro do pay-per-view continua a ser dividido de acordo com os percentuais dos torcedores assinantes dos pacotes. A pesquisa feita com compradores do produto, que determina as fatias dos clubes, mostra que o Corinthians tem um percentual bem menor do que o Flamengo apesar de receber valor similar por ter uma garantia mínima contratual.
A pesquisa com assinantes do pay-per-view foi feita em 2018 e vale para a distribuição do dinheiro desta temporada de 2019. Para o próximo ano, valerá o cadastro geral dos torcedores que compram os pacotes.
Os números são repassados pela Globo apenas para o próprio clube. Mas foi possível obter os dados da maioria dos clubes que estão expressos em uma lista a que o blog teve acesso, e checou todas as informações. São esses números que serão usados para dividir um bolo entre R$ 550 milhões e R$ 650 milhões de arrecadação com ppv.
É importante lembrar que quatro clubes têm valores mínimos garantidos independente da fatia que consigam na pesquisa: Flamengo, Corinthians, Palmeiras e Grêmio. Rubro-negros e corintianos têm garantia de R$ 120 milhões, o que representaria 18% para cada do total previsto inicialmente de R$ 650 milhões.
Pois bem, pelo ranking obtido, o Flamengo tem 18,9% da torcida, patamar similar ao já publicado pelo blog com uma diferença de arredondamento. O Corinthians, no entanto, teve percentual na pesquisa de 12,2%, bem abaixo inclusive da fatia de sua torcida na população por pesquisas Datafolha. Isso significa que a garantia mínima dá à agremiação corintiana cerca de R$ 40 milhões extras do que ganharia com a aplicação do percentual.
No ranking, o São Paulo aparece em terceiro com 9,09%. O Palmeiras não aparece na lista de todos os clubes, mas o blog apurou que seu patamar é de aproximadamente 8% – o dado é menos preciso do que os outros. O Vasco vem em seguida com 7,4%.
Na sequência, aparecem Grêmio, Cruzeiro, Atlético-MG e Internacional. Nota-se que os dois primeiros têm fatias consideravelmente superiores na pequisa em relação aos rivais locais de Porto Alegre e Belo Horizonte, respectivamente.
No final da lista de times grandes, estão Santos, Fluminense, Botafogo e Bahia. Lembre-se que o Athletico-PR não assinou o contrato de pay-per-view e portanto não faz parte da pesquisa. O fim da lista tem Avaí, Chapecoense e Goiás, com menos de 1%. Não há dados na tabela para Fortaleza, Ceará e CSA, mas com certeza esses têm direito a parte dos recursos visto que a soma da tabela não é de 100%.
Outro dado relevante é que qualquer clube que venha a ser rebaixado tem o direito de manter o seu percentual do ppv em vez de receber o contrato da Série A. Entre os ameaçados nesta temporada, por exemplo, Fluminense, Cruzeiro e Botafogo ganhariam bem mais mantendo o pay-per-view do que se tivesse a cota da Série B que é de R$ 6 milhões.
Veja abaixo o percentual de cada um no ranking e quanto levará se a Globo arrecadar o mínimo previsto de R$ 650 milhões com a venda de pay-per-view. Caso o valor arrecadado seja menor, os percentuais vão ser aplicados ao montante que for obtido:
1º Flamengo 18,9% – R$ 122,9 milhões (garantia de R$ 120 milhões)
2º Corinthians 12,2% – R$ 120 milhões (mínimo garantido) – ganharia R$ 79,3 milhões pelo percentual
3º São Paulo 9,09% – R$ 59 milhões
4º Palmeiras 8% * – quase R$ 80 milhões (garantia mínima) – ganharia R$ 52 milhões pelo percentual
5º Vasco 7,4% – R$ 48,1 milhões
6º Grêmio 7,08% – R$ 46 milhões
7º Cruzeiro 6,3% – R$ 40,9 milhões
8º Atlético-MG 4,84% – R$ 31,5 milhões
9º Internacional 4,7% – R$ 30,55 milhões
10º Santos 3,9% – R$ 25,35 milhões
11º Fluminense 3,8% – R$ 24,7 milhões
12º Botafogo 3,55% – R$ 23 milhões
13º Bahia 2% – R$ 13 milhões
14º Avaí 0,29% – R$ 1,9 milhão
15º Chapecoense 0,25% – R$ 1,6 milhão
16º Goiás 0,19% – R$ 1,2 milhão
*Não consta da tabela o número do Palmeiras, o percentual foi apurado posteriormente e é aproximado sem precisão de casa decimais
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