Conmebol decide final da Libertadores: o que pesa contra e a favor do Chile
A Conmebol convocou uma reunião surpresa para discutir a permanência da final única da Libertadores em Santiago por conta dos protestos políticos contra o governo. Convocou o River Plate, Flamengo, federações do Brasil e da Argentina. A obrigatoriedade da presença dos principais dirigentes envolvidos no jogo deixa claro que não é um encontro habitual e, sim, tem o objetivo de tomar uma decisão sobre o caso que pode incluir um adiamento.
Não é uma definição fácil. Há uma semana, diante de cancelamentos de outros eventos internacionais, o governo do Chile e a Conmebol bancaram o jogo em Santiago, marcado para o dia 23 de novembro.
Agora, não há um cenário claro na Conmebol do que vai acontecer porque não houve arrefecimento dos protestos. A sensação entre dirigentes brasileiros é de a entidade quer que todos participem de uma decisão para que deem o aval sobre o local do jogo. Foi assim com a indefinição da partida entre Boca Juniors e River Plate, no segundo jogo da final da Libertadores-2018 que acabou em Madrid.
Até agora o que se sabe: a Conmebol tem intenção de manter a final como jogo único, até porque previsto no regulamento da Libertadores, e em uma sede na América do Sul. O estádio do Cerro Porteño "Nueva Olla", que já vai receber a final da Sul-Americana, aparece como principal candidata a plano B já preparado pela entidade se houver a mudança de local. Veja abaixo o que pesa contra e a favor de Santiago:
Patrocinadores e infraestrutura
A final da Libertadores não é apenas um jogo que se transfere uma semana antes. Justamente por ser uma promoção da competição, foi programado como um evento de quase uma semana, com preparação prévia. Houve investimento no Estádio Nacional do Chile, assim como ativação com patrocinadores já organizada. Os clubes já fizeram revisão da infraestrutura de treinamento e de hospedagem que vão lhes atender. Haverá necessidade de mudar toda a logística e isso pode envolver até um adiamento ainda que breve.
Torcedores
Todos os cerca de 30 mil ingressos disponíveis para venda do público em geral no Chile já estão esgotados. Foram negociadas as entradas de 12.500 entradas para torcedores do Flamengo, e igual número para os do River Plate. Boa parte deles já comprou passagens, assim como imprensa e outros participantes do evento. O cancelamento do jogo no local exigirá nova logística para deslocamento dessas pessoas, além de eventual revenda de ingressos que são para chilenos.
Governo chileno
A final da Libertadores foi concedida para o Chile em acordo com o governo chileno. Há autoridades chilenas que até deram a entender que pode não haver condições para o jogo, mas oficialmente o governo mantém o evento. Se for retirado do país, terá de haver uma costura política para não desagradar o governo que já perdeu outros eventos.
Manifestações
Foi marcada uma manifestação para o dia da final no Estádio Nacional o que poderia tornar caótica a organização do jogo. Não se sabe se a chamada para o protesto de fato será atendida, mas a ameaça paira no ar. Torcedores que vão para uma festa poderiam se sentir inseguros o que acabaria com o efeito de espetáculo que a Conmebol quer criar para a final única.
Tempo escasso
Desde o início dos protestos chilenos, a Conmebol tem reafirmado o jogo em Santiago, mas sabe que teria um prazo limite para mudança. Esse prazo gira em torno de 15 a 20 dias antes do jogo. Ou seja, chegou-se exatamente neste limite. Se houver uma mudança de local, o entendimento é de que esse seria o último momento possível para se fazer uma transferência. E a alteração acabaria com a indefinição, dando um tempo ainda que mínimo para torcedores fazerem rearranjos.
Novo local
A Conmebol já vem trabalhando em um plano B desde a semana passada. A informação é de que o local mais provável para isso é o estádio do Cerro Porteño. Se for decidida por uma mudança, haveria tempo hábil para fazer adaptações após a decisão da Sul-Americana no local, marcada para 9 de novembro. Haveria ainda a possiblidade de um pequeno adiamento, o que exigiria um remanejamento de datas.
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