Vasco tem buraco nas contas em 2019 e espera resolver com prêmio da Globo
Não dá para dizer que o Vasco teve um ano tranquilo nas finanças ainda que tenha controlado gastos. Uma das explicações foi o impacto de penhoras sobre renda da TV e receitas abaixo do esperado em marketing e transferências. Resultado: salários atrasados e um aumento da dívida. Agora, o clube espera a entrada de recursos extras do Brasileiro no final do ano para, enfim, equilibrar as contas e fechar no azul.
Nos números do balancete até setembro de 2019, o Vasco teve um aumento na sua dívida líquida na casa de R$ 27 milhões. O valor ficou em torno de R$ 547 milhões (a grosso modo essa é a da diferença entre tudo que o clube deve e tudo que tem em recursos ou a receber).
E onde aumentou o débito vascaíno? Foram obrigações com pessoal e encargos (basicamente, salários não pagos) e empréstimos. Só entre os pagamentos não feitos para empregados havia um valor de cerca de R$ 30 milhões até setembro, entre direitos de imagem, pessoal e encargos. A informação é de que o clube conseguiu reduzir esse montante no mês de outubro: eram devidas três folhas salariais e agora há uma e meia em atraso.
E por que houve esse buraco e atrasos salariais? O Vasco é bastante dependente da receita de TV. Boa parte dela já estava comprometida por adiantamentos e dívidas. Além disso, os pagamentos da Globo estavam concentrados no segundo semestre pelo novo contrato do Brasileiro. Até aí, o clube sabia que teria dificuldade. Mas penhoras judiciais travaram recursos na hora que o clube botaria a mão no dinheiro da Globo. Ou seja, entrou zero de receita da emissora no clube até setembro.
Para piorar, receitas de marketing e de vendas de jogadores foram abaixo do esperado. Seu déficit acumulado até setembro foi de R$ 14 milhões, com receita bruta de R$ 132 milhões. Assim, o clube foi recorrendo a empréstimos, cuja origem não é revelada, e postergando pagamentos mesmo não tendo gastos altos. O total da despesa com pessoal é R$ 93 milhões, baixo para um clube do patamar vascaíno.
Agora, a diretoria do Vasco espera um alívio porque há previsão de aumento considerável de receitas de TV no final do ano. O clube deve receber como cota por posição no Brasileiro em torno de R$ 20 milhões caso se mantenha na faixa atual da tabela. Há ainda pagamentos por Pay-per-view que são generosos com o clube que tem fatia de 7,4% do total (alto dentre os clubes grandes).
Feitas essas contas, o Vasco espera fechar o ano com um pequeno superávit e com a dívida sem aumento nem redução. Esse cenário só se alterará se o clube conseguir uma boa venda de jogadores que aí poderia ser usada para reduzir o débito. A ideia da diretoria vascaína, no entanto, não é forçar uma negociação e, sim, executa-la quando houver bons valores. O destino é abater as dívidas.
A previsão da diretoria vascaína é de um ano de 2020 de menos sufoco porque as receitas de TV são mais distribuídas pelo ano e haveria menos impacto de penhoras. Assim, poderia até haver um aumento discreto no investimento no futebol.
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