Como é o plano do Red Bull para brigar em alto nível na Série A
Com a vaga no Brasileiro da Série A garantida, o Red Bull Bragantino já detalha o plano para dar um salto e se tornar competitivo na elite do futebol nacional. Não, o clube não terá orçamento dos patamares dos maiores gastadores como Flamengo e Palmeiras. Mas, sim, terá investimentos turbinados pela empresa, sem dívidas, e aposta em um projeto de gasto eficiente com um modelo de jogo definido para tentar enfrentar os grandes. É o que conta o gestor do Red Bull, Thiago Scuro, em entrevista ao blog.
Recordemos o passo a passo da transformação do Bragantino. O clube -que é uma associação e não uma empresa – foi comprado pela Red Bull austríaca. Seu primeiro ano com investimento da empresa foi nesta temporada e é o líder da Série B com oito pontos de vantagem, já tendo garantido a vaga na primeira divisão por antecipação, comandado pelo técnico Antônio Carlos Zago, ex-zagueiro do Palmeiras e da seleção. Agora, prepara o próximo passo:
"Nosso plano é de médio prazo com investimento em infraestrutura, CT e estádio, intervenções que vão levar mais tempo. O CT deve estar pronto no meio de 2021 para atender a equipe principal. Além disso, temos o projeto de um time sub-23 que é pilar para nosso projeto esportivo. Para formar jovens no modelo de jogo em que vamos jogar. Nosso modelo é sempre agredir o adversário, seja tomando iniciativa tendo a bola, seja recuperando a bola. Para que em três, quatro anos, tenhamos a condição de competir em alto nível no topo da Série A", contou Thiago Scuro.
Em relação ao time, haverá, sim, um investimento maior para montar o elenco para 2020. O Bragantino terá um salto natural de todos os clubes de R$ 6 milhões de cota de TV na Série B para em torno de R$ 45 milhões na Série A. A receita é variável pelo novo modelo de distribuição de recursos e a negociação com a TV ainda não está fechada. Há ainda intenção de aumentar rendas com bilheteria e fazer um sócio-torcedor. E há o dinheiro da empresa austríaca que ainda não definiu o montante de investimento, mas será um patamar de Série A.
"Nível de Série A muda o patamar de investimento. O Zago tem essa convivência de Série A e sabe disso. Queremos dar qualidade ao elenco para competir na Série A. Haverá uma intervenção neste salto para qualificar o elenco. Até porque começamos a ter acesso a jogadores que não tínhamos antes. Ainda não temos os valores definidos", explicou o gestor do Red Bull.
A ideia no primeiro ano é conseguir fazer uma campanha segura e se manter na Série A do Brasileiro. É com a consolidação que o clube pretende disputar no topo da liga em um prazo de três a quatro anos, mas focando mais em eficiência do que em volume de dinheiro.
"Clubes como Athletico-PR e Bahia têm feito trabalhos técnicos. Em cima disso que vamos trabalhar para em três ou quatro anos estarmos disputando em cima. Não é a ideia (patamar de investimento de Palmeiras e Flamengo) porque esses clubes têm capacidade de receita grande. Não é a realidade agora. Acredito muito no nosso processo de recrutamento. Não vai se sobressair só pelo dinheiro", contou Scuro.
A vantagem do Red Bull Bragantino é que não se inclui no modelo de negócios a necessidade de ser auto-sustentável já que haverá investimento extra da empresa austríaca. Segundo Scuro, a discussão principal no clube tem sido como obter resultado esportivo. E, para isso, o recrutamento e a formação de jogadores jovens são os caminhos. "O clube tem um valor para a empresa sem pressão de ser sustentável", explicou o executivo.
O Red Bull, time antigo da empresa, passará a funcionar como uma equipe sub-23 para preparar jogadores na Série A2 do Paulista, para a qual foi rebaixado por ter a mesma controladora do Bragantino. No segundo semestre, com o final do Estadual, os jogadores do sub-23 passam a funcionar como apêndice da equipe principal para abastece-la.
A empresa já tem o exemplo do Red Bull Leipizig que, no primeiro ano que subiu para a Bundesliga, foi vice-campeão. Ao mesmo tempo, gerou protestos de torcidas de outros times que o viam como Alien pelo investimento da empresa. Pode haver negociações de jogadores com o time da empresa na Europa, mas será em transferências iguais a com outros times. E a equipe alemã pode servir de inspiração, mas não será uma cópia. Scuro ressaltou que é preciso achar um caminho brasileiro.
Uma aposta é deixar o time conectado a Bragança. A média de público na Série B foi pouco inferior a 6 mil pessoas, a quarta maior no campeonato. Para aumentar essa relação, há o plano de transformação do estádio Nabi Abi Chedid em uma arena. Pelo cadastro de estádios da CBF, sua capacidade atual seria 17 mil pessoas. A ideia é que sejam 20 mil em uma instalação moderna. A reforma seria feita por etapas.
"Estamos finalizando o plano do estádio. Conversando com a CBF sobre a intervenção por etapas. Não temos todas as respostas. O plano é mais complexo do que o CT. Objetivo é ter uma arena para 20 mil pessoas para se tornar um ponto de encontro para a região. Isolar um lado e ficar com o outro (em funcionamento) para manter o time na cidade", contou Scuro.
Já o plano para um Centro de Treinamento do Red Bull Bragantino é de estar pronto em 2021, já que atualmente o time treina em Jarinu.
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